O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reconheceu que a organização “está passando pela maior perturbação em suas finanças globais” em seus mais de 75 anos de história.
Genebra, 1º de maio (EFE) – A Organização Mundial da Saúde (OMS), que enfrenta uma grave crise financeira após a saída de seu principal contribuinte, os Estados Unidos, será forçada a reduzir e fechar vários escritórios nacionais, admitiu quinta-feira seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Fecharemos alguns escritórios nacionais em países de alta renda, mas tentaremos usar esse processo de transformação do nosso tamanho para nos ajudar a focar melhor”, disse ele em uma coletiva de imprensa para jornalistas da Associação de Correspondentes Credenciados na ONU em Genebra (ACANU).
Tedros reconheceu que a OMS está “passando pela maior perturbação em suas finanças globais” em seus mais de 75 anos de história, embora tenha enfatizado que a agência vem tentando há anos reduzir sua dependência de “apenas alguns” doadores.
A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de deixar a OMS é “definitivamente um erro”, disse o diretor-geral da agência, enfatizando que a maior perda “não é dinheiro, mas a cooperação e a experiência” que os EUA fornecem à OMS há décadas.
“O mundo perderá com essa decisão, mas os Estados Unidos também; todos estaremos menos seguros”, lamentou Tedros, lembrando dos milhões de pessoas que se beneficiaram da cooperação entre a OMS e os EUA para combater doenças tropicais, entre outros programas.
Por outro lado, “graças aos esforços do governo dos EUA, mais de 3 bilhões de tratamentos foram administrados a 1,7 bilhão de pessoas em 26 países nas últimas duas décadas”, observou o especialista etíope.
A “retirada abrupta” dos EUA, juntamente com a redução nas contribuições de outros países para a OMS, forçou a suspensão de campanhas de ajuda para mais de 140 milhões de pessoas, disse Tedros.