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A nova autorização de Biden para a Ucrânia abre espaço para uma escalada contra Putin

Dois altos funcionários da atual administração democrata afirmam que Biden aprovou o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para usar “armas americanas de longo alcance dentro da Rússia”, segundo o The Washington Post. Tudo isto gera uma reação em cadeia com os legisladores russos falando sobre “um passo muito grande para o início da Terceira Guerra Mundial”.

A escalada da guerra entre a Rússia e a Ucrânia parece ser um fato. No dia 17 de Novembro, um artigo do The Washington Post revelou que o governo cessante de Joe Biden aprovou o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para usar “armas americanas de longo alcance” “dentro da Rússia”, o que abre uma perspectiva nada encorajadora para um conflito que ceifou milhares de vidas após dois anos.

O artigo em questão cita dois altos funcionários da atual Administração Democrata para detalhar que a aprovação de Biden ocorre “em resposta ao envio de milhares de tropas pela Coreia do Norte para ajudar o esforço de guerra de Moscovo”. Em questão, Kiev poderá utilizar o Sistema de Mísseis Táticos do Exército, ou ATACMS, até certo ponto, o que se traduz “numa mudança significativa na política dos EUA”.

Tudo isso gera uma reação em cadeia. Autoridades como Andrei Klishas, ​​um membro sênior do Conselho da Federação, ou seja, a câmara alta do parlamento russo, afirmaram que “O Ocidente decidiu levar a cabo uma escalada de tal nível que poderia acabar com o Estado ucraniano em ruínas pela manhã.” Algo com que o seu colega, Vladimir Dzhabarov, primeiro vice-presidente da Comissão de Assuntos Internacionais, concorda: “Este é um passo muito grande para o início da Terceira Guerra Mundial”, afirmou, citado pela agência TASS segundo uma nota da Reuters. 

Dupla Biden-Harris agrava conflito antes da chegada de Trump

Do Pentágono há sigilo, assim como da Casa Branca. Pouco se sabe até a redação deste artigo além das informações fornecidas pelo próprio The Washington Post , pela agência Reuters ou por algumas fontes russas, mas se há certeza sobre algo é a seriedade do que foi a decisão de Biden, especialmente considerando que em apenas dois meses o presidente eleito Donald Trump assumirá o poder nos EUA.

O antigo presidente republicano também disse a Zelensky no final de setembro que resolveria “rapidamente” a guerra se ganhasse a presidência dos EUA. A vitória eleitoral finalmente veio no dia 5 de novembro e com ela a possibilidade de pôr fim ao conflito. Porém, o último passo da dupla Biden-Harris complica as coisas antes da mudança de comando. Outro legislador russo, chamado Leonid Slutsky, disse que a autorização para usar mísseis táticos ATACMS dos EUA “levaria à resposta mais dura”.

Nem seria uma surpresa, Vladimir Putin enfatizou há semanas que o Ocidente “combateria a Rússia diretamente se permitisse que a Ucrânia atacasse o território russo com mísseis de longo alcance fabricados no Ocidente”. O presidente acrescentou que tal passo mudaria a “essência” e a “natureza” do conflito. Estas palavras foram recordadas pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, María Zajárova, quase em paralelo com o anúncio da autorização de Biden relatado pelo The Washington Post.

Rússia disparou 120 mísseis contra a Ucrânia

Horas antes desta informação ser conhecida, o Ministério da Energia tinha relatado apagões de emergência em várias regiões após um ataque massivo russo durante a noite de 16 de Novembro com cerca de 120 mísseis e 90 drones contra todo o território ucraniano. De Moscou admitiram o ataque que incluiu aeródromos militares, instalações de produção de gás e energia “utilizadas para o funcionamento das empresas do complexo militar-industrial ucraniano”.

Como poderá a próxima Administração Trump lidar se a guerra entre a Rússia e a Ucrânia atingir níveis ainda maiores? O próximo Congresso entraria em cena se fosse necessário aprovar o envio de mais armas ou milhões de dólares para apoiar Kiev, mas o gabinete republicano do próximo presidente opõe-se a continuar a atribuir recursos a este conflito. A mediação do novo presidente seria mais necessária do que nunca.

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