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Ultimato de Milei aos seus parceiros do Mercosul: “A Argentina não pode esperar”

Para o presidente argentino, o bloco precisa decidir se abre o livre comércio ou se mantém as restrições comerciais. “Faremos isso juntos ou sozinhos”, afirmou.

Na 66ª Cúpula do Mercosul e Estados Associados, a Argentina apresentou sua avaliação da presidência pro tempore, inspirada na agenda de reformas de abertura e flexibilidade tarifária. Javier Milei emitiu um ultimato necessário.

Buscando uma “mudança de paradigma”, o presidente argentino insistiu na necessidade de abrir o bloco ao livre comércio. Como exemplo da estagnação do Mercosul, podemos lembrar o que aconteceu naquela polêmica cúpula durante a pandemia, com outros presidentes em exercício, onde Luis Lacalle Pou, representando o Uruguai, fez a mesma observação. Naquela ocasião, quem não queria que nada mudasse era o argentino Alberto Fernández. Como cantam os torcedores nos estádios, “os anos passam, os jogadores passam”, mas no bloco sul-americano, em vez de paixão, há estagnação.

Mais determinado que seu antecessor do país vizinho, Milei deixou bem claro que “a Argentina não pode esperar”. Ciente de que são necessários dois terços dos votos do parlamento para deixar o bloco, o presidente argentino sabe que tem outras ferramentas:

“Se os parceiros do bloco preferirem resistir, persistir em um caminho que não funcionou para nós, então teremos que insistir em flexibilizar as condições de parceria que nos unem. Vamos embarcar no caminho da liberdade, e o faremos juntos ou sozinhos, porque, como já disse, a Argentina não pode esperar”, disse o presidente.

Com uma relação complicada com o presidente brasileiro Luis Lula da Silva e um excelente diálogo com o paraguaio Santiago Peña, a Argentina aguarda a posse do novo presidente do Uruguai, Yamandú Orsi. A questão gira em torno de se o presidente seguirá a liderança de seu antecessor, em linha com as exigências de Milei, ou se optará por uma agenda protecionista. Algo que não convém nem um pouco ao seu país.

De suas redes sociais, um dos principais mentores intelectuais liberais do presidente argentino, Alberto Benegas Lynch (h), celebrou as palavras de seu discípulo mais famoso do mundo:

O presidente argentino está mais uma vez dando um exemplo para o mundo ao reiterar sua mensagem de livre comércio enquanto lidera a LXVI Cúpula do Mercosul e Estados Associados, em linha com o que líderes liberais têm expressado em oposição ao chamado protecionismo, que não deixa proteção e empobrece.

Em uma entrevista exclusiva com a deputada Alida Ferreyra, a legisladora enfatizou que a posição de Milei é “absolutamente congruente” com suas políticas domésticas de desregulamentação, abertura e busca por impostos mais baixos. “Quando Milei empurra o bloco do Mercosul para uma maior abertura, ele o faz em sintonia com o que considera virtuoso e positivo para o país e a região. Uma atitude harmoniosa em favor do livre comércio, que ele também defende em nível local junto com os ministros de seu governo”, enfatizou.

Além das questões econômicas, Milei aproveitou a situação para abordar as detenções ilegais ocorridas durante a ditadura venezuelana. Nesse sentido, ele pediu que “não se feche os olhos” e exigiu a “libertação imediata” do policial argentino, que foi detido arbitrariamente e mantido incomunicável.

“Também não podemos fechar os olhos para os inúmeros casos de detenções ilegais na Venezuela. São pessoas privadas de sua liberdade em violação a qualquer tipo de direito e exigimos sua pronta libertação; em particular, reiteramos nossa firme exigência de libertação imediata do policial argentino Nahuel Gallo”.

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