O presidente Donald Trump pediu o cancelamento dos esforços para chegar a um acordo diplomático com o regime venezuelano, informou o New York Times na segunda-feira.
O presidente dos EUA, Donald Trump, teria concluído a definição de seus próximos passos para enfrentar o regime de Nicolás Maduro. A linha dura promovida pelo Secretário de Estado Marco Rubio aparentemente prevaleceu sobre a política de negociação que, até agora, vinha sendo seguida pelo Enviado Especial Richard Grenell, que chegou a apertar a mão do ditador venezuelano em uma de suas viagens a Caracas. Agora, no âmbito da mobilização do Pentágono no Caribe há quase dois meses para enfrentar cartéis de drogas, com foco na Venezuela, o presidente republicano, após anunciar o início da segunda fase desta operação, está fechando os canais diplomáticos que estavam abertos até recentemente.
A missão de Grenell chegou ao fim na última quinta-feira, quando o presidente Trump o chamou para instruí-lo a cessar todas as comunicações diplomáticas, “incluindo suas conversas com Maduro”, de acordo com autoridades americanas que disseram ao New York Times, que afirmou em uma publicação na segunda-feira que “o presidente Trump cancelou os esforços para chegar a um acordo diplomático com a Venezuela”, o que “abre caminho para uma possível escalada militar”.


De acordo com fontes citadas pelo veículo de comunicação de Nova York, o governo Trump “desenvolveu múltiplos planos militares para uma escalada”, que poderia incluir o lançamento de uma operação para “tirar Maduro do poder”. Essas fontes também disseram ao New York Times que, embora Trump tenha se sentido “frustrado” com a recusa de Maduro em atender às exigências de Washington para que ele deixasse o poder voluntariamente, considerando que perdeu as eleições de 28 de julho do ano passado, e em admitir as acusações de tráfico de drogas, Rubio passou a acreditar que os esforços diplomáticos de Grenell foram “inúteis” e apenas geraram “confusão”.
Diante desse cenário em que Rubio conseguiu impor sua posição sobre a de Grenell, Trump teria tomado a decisão de acabar com essa dualidade na qual, em alguns momentos, se interpretava certa falta de coordenação ou contradição entre ambos, já que enquanto o primeiro insistia em forjar um acordo para evitar um conflito maior, o segundo estava em turnê pela região, obtendo o apoio de aliados para a operação militar implantada no sul do Caribe, que em sua primeira fase incluiu o ataque a meia dúzia de embarcações que transportavam drogas da Venezuela, segundo declarações do próprio presidente Trump.
A possibilidade de uma escalada militar em território venezuelano cresce a cada dia. Na semana passada, Trump notificou o Congresso de que os Estados Unidos estão envolvidos em um “conflito armado” contra cartéis de drogas. No fim de semana, o presidente republicano insinuou que o que chamou de segunda fase dessa operação incluiria ataques terrestres, o que sem dúvida levantou preocupações dentro do regime de Maduro. Na mesma linha, a NBC News noticiou em 26 de setembro que, segundo quatro fontes familiarizadas com o planejamento, “oficiais militares americanos estão avaliando opções para atacar traficantes de drogas dentro da Venezuela” e que esses ataques “podem começar dentro de algumas semanas”.