“A Crimeia permanecerá com a Rússia. Zelensky entende isso, e todos entendem que ela está com eles há muito tempo. Ela está com eles muito antes de Trump chegar. Esta é a guerra de Obama. Esta é uma guerra que nunca deveria ter acontecido”, disse o presidente dos EUA em entrevista à revista Time.
Washington, 25 de abril (EFE) – O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na sexta-feira que a península ocupada da Crimeia “permanecerá com a Rússia”, indicando que até o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está ciente disso.
“A Crimeia permanecerá com a Rússia. Zelensky entende isso, e todos entendem que ela está com eles há muito tempo. Ela está com eles muito antes de Trump chegar. Mais uma vez, esta é a guerra do (ex-presidente Barack) Obama. Esta é uma guerra que nunca deveria ter acontecido”, disse ele em entrevista à revista Time .
Trump, falando por ocasião de seus primeiros 100 dias no cargo, data que cai na próxima quarta-feira, reiterou sua afirmação de que a Crimeia ficou sob controle russo por causa de seu antecessor, o democrata Barack Obama.


Dito isso, eles conseguirão recuperá-la? Eles já tinham seus russos. Eles já tinham seus submarinos lá muito antes de qualquer período do qual estamos falando, por muitos anos. As pessoas falam principalmente russo na Crimeia. Mas isso foi dado por Obama, não por Trump. (…) A Crimeia, comigo como presidente, não teria sido tomada”, acrescentou.
A Crimeia ganhou destaque em fevereiro de 2014 após a derrubada do presidente Viktor Yanukovych (um refugiado na Rússia) na Ucrânia no dia 22, após protestos em massa em Kiev contra suas políticas e administração.
Após a votação massiva a favor da independência em um referendo em março daquele ano, que não foi reconhecido pela Ucrânia, nem pela ONU, OTAN, UE ou EUA na época, o presidente russo Vladimir Putin selou sua incorporação à Rússia.
No entanto, Trump disse na sexta-feira que ainda acredita que a paz é possível no atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
“Acho que Putin preferiria fazer diferente, preferiria assumir tudo. E acho que, graças a mim, sou o único que pode negociar isso. Fizemos muito progresso. Tivemos conversas muito boas e estamos muito perto de um acordo. E não acho que ninguém mais poderia ter conseguido”, acrescentou.
Trump afirmou que está colocando “muita pressão” sobre a Rússia, mas, ao mesmo tempo, não considera o país um obstáculo à paz, ao mesmo tempo em que criticou Zelensky por se recusar terminantemente a reconhecer a península da Crimeia anexada como território russo.
O presidente dos EUA também descartou a possibilidade de a Ucrânia ingressar na OTAN. “Não creio que algum dia eles consigam aderir à OTAN. Acho que foi isso que deu início à guerra desde o primeiro dia. (…) Se não tivessem falado sobre isso, haveria uma probabilidade muito maior de que não tivesse começado”, concluiu.