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Trem de Aragua suspeito de entregar US$ 80.000 em cetamina para militares chilenos

De acordo com os dados da Polícia Investigativa (PDI), cada litro custa entre US$ 3.000 e US$ 4.000, enquanto a cetamina em pó varia de US$ 20 a US$ 30 por grama. É uma droga versátil. Pode ser inalada, engolida, fumada ou injetada, dependendo do formato, e até combinada com outras drogas, como ecstasy ou cocaína.

Quatro quilos de cetamina eram a carga que cinco oficiais da Força Aérea Chilena pretendiam transportar em uma mala em um voo oficial de Iquique para Santiago. Quem a entregou a eles? As suspeitas apontam para a quadrilha criminosa conhecida como Tren de Aragua, a organização que domina o mercado ilícito na região norte do país, onde fica a Primeira Base de Los Cóndores, de onde a carga avaliada em US$ 80.000 teria sido transportada.

Há evidências que ligam essa quadrilha ao tráfico de drogas, em particular a essa substância conhecida por causar sedação. As alegações se concentram principalmente no fato de Iquique ser a “porta de entrada” do crime organizado internacional e, nos últimos quatro anos, o Trem Aragua expandiu suas operações de tráfico de drogas nessa “cidade portuária”, segundo La Tercera.

De fato, o Tribunal Penal de Iquique emitirá uma sentença na próxima segunda-feira, 14 de julho, contra 12 membros da liderança detidos na comuna, acusados ​​de tráfico de drogas, homicídio, tráfico de pessoas e assassinato de aluguel. Seus principais líderes, Carlos González Vaca (vulgo “Estrella”) e Hernán Landaeta Garlotti (vulgo “Satanás”), serão afetados pela sentença.

Além disso, a Polícia Investigativa (PDI) relatou a maior apreensão de cetamina da história do Chile em julho do ano passado, com a apreensão de 96 quilos, equivalente a 380.000 doses, com um valor estimado de US$ 5,5 milhões. A agência descobriu que a droga entrou do Peru em pequenas embarcações para o setor de Caleta Vítor, localizado na região de Arica e Parinacota, também no norte do país.

Tendências de negócios

Agora, a incursão dos militares chilenos na rede de tráfico de cetamina colocou o governo do presidente Gabriel Boric em uma disputa com os militares, que alegam ter “jurisdição exclusiva” para investigar o caso.

A Procuradoria da Força Aérea está relutante em compartilhar informações sobre a relação dos militares com a quadrilha da cetamina, embora oficiais superiores, em reunião com Boric, tenham recebido instruções para fazê-lo. Há receio de que se reconheça a possível penetração do crime organizado em suas fileiras?

“O presidente não tem poder de decisão quanto a dar ou não uma indicação, porque esse é um assunto para os tribunais de justiça”, diz o general Hugo Rodríguez, comandante-chefe da FACH, em vista de um processo que não é um “incidente isolado”. No momento, a Corte Marcial do Exército, os Carabineros e a FACH têm quatro casos na mesa por crimes relacionados a drogas (posse, consumo e tráfico).

A esses se somam mais dois casos pendentes na Corte Marcial da Marinha antes de 15 de julho. Com seis casos em andamento que não têm relação com os que permanecem em primeira instância nos tribunais militares sob reserva, os alertas estão se aprofundando porque o tráfico de cetamina no Chile é atraente.

De acordo com os balanços da PDI, cada litro custa entre três e quatro mil dólares, enquanto a cetamina em pó custa entre 20 e 30 dólares por grama. É uma droga versátil. Pode ser cheirada, engolida, fumada ou injetada, dependendo do formato, e pode até ser combinada com outras drogas, como ecstasy ou cocaína. Alguns a preferem esmagada dentro de cigarros de maconha ou com cafeína para preparar “tusi”, a chamada cocaína rosa. Todos esses usos a tornam uma prioridade para os traficantes.

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