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Teologia da libertação: abominação da desolação.

 

A execrável teologia da libertação, que nada tem de teologia e muito menos de libertação, penetrou na Igreja da América Latina, semelhante a fumaça de enxofre mal cheirosa de satanás entrando “na janela aberta” pelo Concilio Vaticano II e tomando o lugar dos mais perfumados aromas dos tradicionais incensos católicos.

O livro dos Macabeus, no Antigo Testamento, narra o fato histórico da sacrílega invasão do templo sagrado e a profanação do altar do sacrifício, denominada: abominação da desolação! Foi exatamente isso que aconteceu na Igreja com a devastadora infiltração da lastimável teologia da libertação, há pelo menos sessenta anos atrás, notada em seus sintomas como uma doença grave não tratada a tempo!

Essa desprezível “teologia” pejorativamente conhecida como “TL” não passa da velha e difamada ideologia da luta de classes camuflada de linguagem bíblica e religiosa, mas, cujo conteúdo é totalmente revolucionário e de discurso político enganando a muitos com conceitos humanitários e forjados em frases prontas, lemas e jargões, como: “opção preferencial pelos pobres”, “em defesa dos marginalizados”, “por uma Igreja encarnada”, “pela luta das minorias”, “pelo direito dos trabalhadores”, por uma Igreja pobre”, “pela vida da terra”, ” pela conquista dos direitos dos povos”…

Penetrando metódica e pacientemente no decorrer das décadas, os TLs ou revolucionários foram ocupando os espaços das nossas universidades, colégios, seminários, conventos, organizações de apostolado católico e paróquias “fabricando” gerações de (anti)clérigos e de (in)fiéis, iludindo jovens e velhos, galgando a hierarquia eclesiástica até configurar uma anti-Igreja, igual óleo sobre água, no monopólio das instâncias e na posse de cargos e encargos oficiais.

De todos os “panos quentes” que rotulam de teoria da conspiração, pela boca de ativistas e idiotas, a trágica ação dos agentes vermelhos nos ambientes católicos, não há como esconder que a primeira coisa que fizeram foi arrancar as batinas dos padres e os hábitos dos religiosos, instituindo um arraigado pensamento anti-clerical e anti- religioso num laicismo ferrenho e até agressivo. Removeram as imagens de Nossa Senhora e dos santos, demoliram os altares-mors das paredes, derrubaram as mesas de comunhão dos presbitérios e tiraram os genuflexórios dos bancos das igrejas.

Proibiram o povo de comungar de joelhos e na boca, introduziram vícios, invencionices, costumes protestantes e pagãos, manias ridículas e caprichos odiáveis! Nos seminários passaram a admitir jovens desorientados, efeminados e “bonitinhos” e excluíam rapazes vocacionados, sérios e devotos, substituíram os diretores espirituais por psicólogas, as orações por reuniões, o estudo da doutrina católica por doutrinação marxista.

Os seminaristas foram inseridos em encontros sindicais, partidários, greves e manifestações políticas de esquerda. Tais eventos causaram um verdadeiro “tsunami” na Igreja, enquanto as dignidades desavisadamente se banhavam na sensação da reverência à autoridade, tomavam sol sob a certeza do silêncio dos anatematizados e repousando na praia do sentimento de docilidade à doutrina, foram todos surpreendidos pelas grandes e impetuosas ondas de águas turvas e podres das heresias invadindo o continente sagrado e inviolável da Santa Igreja.

Imergia assim, na lama densa, fedida e avermelhada, o patrimônio da tradição católica viva, da espiritualidade e da cultura cristã, arrastando tudo consigo, deixando para trás a devastação da fé e a destruição da moral, da teologia, da liturgia, da lei canônica, da educação cristã, dos bons e santos costumes, da catequese, da devoção e da piedade.

Essa insultante teoria libertária se encrostou ideologicamente no imaginário dos modernos (e pretensos) católicos encantados com as mudanças, enquanto os verdadeiros e tradicionais católicos se escandalizavam e resistiam, enxotados, perseguidos e sofrendo terrívelmente por sua fé.

Essa suposta teologia, estrategicamente escondida na formalidade dos cargos de mando, agora protagonizava os livros, as teses acadêmicas, pregações, retiros, reuniões, formações e catequeses. A falsa libertação iludia, equivocava e conquistava muitas pessoas dentro da Igreja obscurecendo suas inteligências, deformando suas consciências e pervertendo seus hábitos.

Dessa maneira se instalava uma contraposição e desconfiança entre o povo e o padre, o padre e o bispo, a freira e o padre, os jovens e os velhos, dividindo o clero e dispersando o povo, como é característico da luta de classes, criando uma espécie de “novo normal” na Igreja. Assim, ao invés de se formar bons e sólidos católicos, desde então se produziam, nos clérigos e nos fiéis, pessoas tíbias e mal resolvidas, soberbas, falsas, aduladoras, fofoqueiras, luxuriosas, futriqueiras, mesquinhas, medíocres, afeminadas, melindrosas, sentimentalistas e, o pior de tudo: erroneamente jurando serem muito católicas, convencendo os outros que “ser católico agora é assim…” “a Igreja se modernizou e mudou…” “a maioria das pessoas são católicas…” Enganaram dessa forma, além da hierarquia, do povo e da Santa Sé, até mesmo o IBGE!

O resultado de todas essas décadas de confusão é a ignorância doutrinal generalizada, a  heresia e o politicamente correto como regra. A profanação do templo sagrado, imodéstias, barulhos e desrespeitos dentro do templo. O entretenimento religioso dominando a liturgia de nossas paróquias, expulsando a sacralidade, o silêncio e a introspecção no espaço sagrado. Surrupiaram os piedosos véus e terços das mulheres, colocaram calças masculinas sobre suas longas saias, e, logo depois, liberalizaram os shorts curtos e os decotes. Aos homens as bermudas, regatas e chinelos e nada mais de sapatos, ternos e gravatas.

As construções modernistas esdrúxulas e/ou a descaracterização dos templos e espaços litúrgicos antigos, as “criativas” arquiteturas de conceitos pagãos e ateístas, sem sacralidade, sem beleza e totalmente profanas, os altares construídos em estilo desforme, as cadeiras de pedras e outros móveis que se harmonizam mais a um toalhete de vasos sanitários e bidês luxuosos do que a um espaço de oração e sacralidade.

Os confessionários, os ainda não destruídos, empoeirados e abandonados, substituídos por “confessionário de BBB” salinhas de bate-papo para orientações de auto-ajuda, o mal gosto das pinturas, das cores, das imagens, dos adereços e das ornamentações proliferaram-se como a última moda.

A feiura das alfaias, dos paramentos ou a ausência de dignas vestes sagradas substituídas por uma surrada túnica “morcego” ridícula e uma estola jogada no corpo com mistura de cores étnicas, afros e indígenas encerram o ambiente propício para todos os abusos litúrgicos no cenário daquela toalha encardida de tecido sintético que, cobrindo um altar baixo e quadrado, se destaca com uma vela jogada num canto do mesmo ou até no chão.

Os vasos “litúrgicos” de materiais frágeis com formatos anti-litúrgicos e estranhos formam um labirinto sem fim de desvarios. As criativas preces e gesticulações pentecostalistas, o sincretismo, o ruído, as estridentes batidas de cordas do violão, as desastrosas cantorias muito mais barulhentas e “melosas” do que harmoniosas e melódicas, quando não ritmosas, ensurdecedoras e irritantes se convertem no “rit” cotidiano das paróquias.

Mas tudo isso é ainda o desenrolar do que foi até pior. Hoje, o que o celular grava e a internet viraliza não abrange os eventos anteriores muito mais desastrosos e avassaladores que ocorreram a seguir do Concilio Vaticano II e, sobretudo, após a publicação do novo missal, ficando por desconhecidos do imaginário católico popular atual os abusos mais reprováveis que poderiam acontecer.

Pulularam as missas sincretistas com desculpa ecumênica, as missas “show-míssio” com justificativa humanitária, em que se realizavam verdadeiros comícios políticos em missas de igrejas e catedrais com um “mar” de bandeiras vermelhas e de pessoas imodestas, em criativas procissões e danças com ofertas de elementos da cultura pagã.

As missas “celebradas” com palhaços, dançarinas semi-nuas, personagens, circenses, encenações teatrais e show-mans nos dão a idea da alegria que davam ao demônio!

Vale lembrar as inválidas e sacrílegas missas “celebradas” não com pão e vinho, mas, com cachaça e broa de milho utilizando as palavras da consagração e concluindo com o brado: “eis o pão dos pobres”! Era comum usar artigos de jornais substituindo as leituras e os evangelhos proclamando no final: “palavra da salvação do povo” ou “palavra da realidade dos pobres”! Também tomavam parte nas “pregações” desses eventos fiéis leigos revoltosos, religiosos, moradores de rua, políticos, sindicalistas, homossexuais e ex-guerrilheiros proferindo gritos de reivindicações de transformação social ao alvoroço explosivo da platéia!

Nas paróquias as homilias de conteúdo exclusivamente político deturpavam todo o conteúdo da fé começando por comparar Jesus a Che Guevara, esvaziando o sentido sobrenatural de tudo.

Quantos padres tiveram que ficar na sacristia olhando contrariados um leigo ou religiosa fazendo uma “celebração da palavra” em razão da valorização laical, impedido o sacerdote de exercer o que é de seu próprio ministério. Quantos sacerdotes e seminaristas foram boicotados e prejudicados por não concordarem com esses desmandos, por rezarem o breviário e o terço, por amarem a liturgia, por gostarem das vestes clericais e sagradas, por frequentarem grupos de formação e de espiritualidade católica.

Eram frequentes as catequeses paroquiais de jovens com aulas de conteúdo político-social, psicológico, afetividade, sexologia, uso de preservativos e anti-concepcionais. Os malditos TLs ocuparam nossas catedrais, paróquias, capelas e oratórios públicos.

Usaram e abusaram dos nossos sinais sacros, queimaram paramentos e alfaias, derreteram cálices e âmbulas de valor material e artístico, jogaram no lixo livros litúrgicos, teológicos e filosóficos, profanaram nosso culto litúrgico, pisaram impiedosamente no que é mais sagrado e intocável, sacrilejaram a eucaristia, a confissão, os outros sacramentos e sacramentais, desrespeitaram e vilipendiaram nosso patrimônio de fé e a sacralidade na vida da Igreja. Ensinaram a prática do pecado e da imoralidade até em confissões e em orientações espirituais, com inúmeros casos de solicitações aos penitentes.

Disseminaram a sodomia, a pedofilia, a promiscuidade, a malícia nas convivências e a leviandade nos relacionamentos. Fizeram troça da devoção e da piedade do nosso povo, constrangeram as almas pias, humilharam e ridicularizaram sacerdotes, religiosos e fiéis zelosos pelas coisas de Deus. Fizeram os católicos se sentirem diminuídos por ter fé e intrusos na sua própria Igreja, visto que os TLs são os corpos estranhos e invasores. Magoaram, agrediram moral e psicologicamente (até fisicamente) católicos tradicionais que amavam a Igreja, a doutrina e a liturgia fazendo-os sofrer todo tipo de infâmias e boicotes.

Fizeram os fiéis se sentirem constrangidos, embaraçados, equivocados e culpados por crer e amar a Eucaristia e Maria Santíssima, proibiram a ortodoxia católica, rotularam a vida interior de “intimismo” e o amor pelas coisas de Deus de “beatisse”. Roubaram às ocultas as contribuições dos nossos fiéis utilizando para suas aventuras pessoais.

Usufruíram da nossa cordialidade, abusaram da caridade e das nossas boas intenções, nos traíram, nos enganaram e destruíram em décadas o que a Igreja construiu em séculos de apostolado, de orações, de empreendimentos espirituais e materiais, de conquistas, de sacrifícios e martírios! Deturparam as Sagradas Escrituras e os ensinamentos dos santos, trocaram a sã doutrina, o catecismo e a gloriosa história da Igreja por suas pífias teorias,  ideologias vazias e narrativas satânicas, odiosas e malditas!

Abafaram nossos órgãos e harmônios, nosso magnífico canto gregoriano, o cantochão, a palestrina e a cantos católicos populares antigos que estavam no coração da nossa gente, introduzindo seus atabaques, suas cordas renitentes, suas baterias barulhentas, suas letras iletradas e revolucionárias, suas melodias sentimentais e seus gemidos insolentes, suas vozes afetadas, fingidas e ensurdecedoras. Tentaram destruir todas as bases e os fundamentos da fé e da Igreja, em nome de suas injuriosas loucuras.

Mas, depois de todo esse “terremoto” precisamos reerguer nosso patrimônio de fé! Temos Cristo, Nossa Senhora, a Santa Igreja, os apóstolos, os santos, os mártires, a tradição, as escrituras, o catecismo, a missa, a confissão, a eucaristia, o terço… e Nosso Senhor conta conosco para recatequizar e reeducar nossas famílias, nossas crianças e nossos jovens, reavivar nossas paróquias, rezar pelas vocações sacerdotais e religiosas lhes acolhendo e as formando segundo a verdadeira doutrina católica, propiciando um novo e generoso clero, secular e regular. Temos um grande apostolado a fazer para a restauração da fé e da cultura católica nas famílias, nas escolas, nas instituições e em todos os seguimentos da sociedade para o império da lei e do amor de Deus nas consciências!

Com o chicote da fé e do zelo apostólico façamos a purificação do templo e expulsemos esses vendilhões, vagabundos, bandidos e revolucionários TLs e/ou eco-TLs, os enxotando do nosso espaço que invadiram sem pedir licença, como nos deu o exemplo Nosso Senhor que, no templo de Jerusalém, energicamente fez se retirar os invasores! Que também assim o façamos porque é caridade para com as almas sedentas de verdade e piedade e é justo que o santuário seja somente para o culto a Deus. Rezemos para que Deus tenha misericórdia desses TLs, que se arrependam e façam penitência.

Mas, com certeza, serão julgados duramente pelas próximas gerações e serão jogados de uma só vez no lixo da história! Restituamos agora, nós católicos, a centralidade de Cristo em tudo, o teocentrismo na vida cotidiana, a sacralidade dos nossos templos, a piedade das nossas liturgias, a devoção eucarística e mariana, o gosto pelo latim, o prazer de rezar, o zelo litúrgico, o zelo apostólico, a devoção fervorosa do nosso povo, a sólida e incomparável formação católica, a prática da oblativa e doce caridade cristã. Sabemos que no nosso tempo não faremos tudo isso, mas, basta com fidelidade nos comprometer com o que nos compete, segundo a vontade de Deus e contando com a intercessão de Maria Santíssima, restituir para as próximas gerações as bases e os fundamentos da fé, da moral, da civilização e cultura católica.

Que os católicos possam desfrutar novamente da solicitude, das preces e sacrifícios dos sacerdotes e da doação e zelo dos religiosos pela salvação das almas. Que os crucifixos, as imagens de Nossa Senhora e dos santos sejam ostentados sobre os olhos dos homens, os rosários devotamente rezados nas mãos dos nossos fiéis, a modéstia cristã volte aos homens e mulheres, os véus retornem às cabeças das nossas fiéis católicas, os padres devotamente subam ao altar para dignamente oferecer o santo sacrifício, os fiéis de joelhos no confessionário, os esplendores do culto litúrgico despertando o fervor, as pregações santas e cheias de doutrina, os sons das notas mais adoráveis do nosso bom gregoriano e os aromas inesquecíveis dos incensos de nossos dignos e artísticos turíbulos!

Pe. Fábio Fernandes

Pároco de Nossa Senhora das Angústias – São Paulo -SP

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