O chefe da diplomacia dos EUA informou a Mulino que o presidente dos EUA, Donald Trump, “fez uma determinação preliminar de que a atual influência e controle do Partido Comunista Chinês sobre a área do Canal do Panamá é uma ameaça”.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, exigiu “mudanças imediatas” para combater a suposta influência chinesa no Canal do Panamá durante sua reunião com o presidente panamenho, José Raúl Mulino.
“O secretário Rubio deixou claro que esse ‘status quo’ é inaceitável e que, na ausência de mudanças imediatas, os Estados Unidos teriam que tomar as medidas necessárias para proteger seus direitos sob o Tratado”, disse o Departamento de Estado em um comunicado.
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Por sua vez, Rubio postou em sua conta no X que, durante a reunião, mencionou tanto a Mulino quanto ao ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martínez-Acha Vásquez, que os Estados Unidos “não podem e não permitirão que o Partido Comunista Chinês continue com seu controle efetivo e crescente sobre a área do Canal do Panamá”. Além disso, eles discutiram “os esforços para acabar com a enorme crise migratória do hemisfério e garantir uma concorrência justa para as empresas americanas”.
I met with Panamanian President @JoseRaulMulino and Foreign Minister @javierachapma to make clear that the United States cannot, and will not, allow the Chinese Communist Party to continue with its effective and growing control over the Panama Canal area. We also discussed… pic.twitter.com/Hj0pXGahqk
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) February 2, 2025
Durante a reunião, realizada no palácio presidencial em Las Garzas, o chefe da diplomacia americana disse a Mulino que o presidente dos EUA, Donald Trump, “determinou preliminarmente que a atual influência e controle do Partido Comunista Chinês sobre a área do Canal do Panamá é uma ameaça”.
Mulino insiste em documento do Panamá sobre o Canal
Mais tarde, Mulino deu uma entrevista coletiva sozinho, onde garantiu que a reunião foi “altamente respeitosa” e afirmou que “a soberania do Panamá não está em questão”.
“Não há dúvida de que o canal é operado pelo nosso país e continuará a sê-lo”, declarou o presidente, que, em sua opinião, não vê uma ‘ameaça real’ de que os Estados Unidos possam usar a força militar para assumir o controle da infraestrutura.
No entanto, ele disse à imprensa que são as autoridades do Canal que terão de dar as explicações relevantes ao governo Trump. Com relação aos dois portos do canal operados por uma empresa chinesa, ele pediu para aguardar a conclusão de uma auditoria que está em andamento e sobre a qual há dúvidas quanto à sua credibilidade, tendo sido iniciada justamente quando o presidente dos EUA voltou sua atenção para a ampla influência de Pequim nesse importante ponto marítimo e comercial.
De acordo com a declaração do Departamento de Estado, a gestão da migração também foi discutida e Rubio agradeceu a Mulino “por seu apoio” ao programa de voos de deportação de migrantes do Panamá para seus países de origem, que é financiado por Washington.
“O secretário também elogiou a liderança regional do presidente Mulino em apoio a uma Venezuela livre e democrática”, disse o comunicado.