Depois de Bukele, mas muito atrás, a ex-presidente Michelle Bachelet se posiciona como referência para o próximo governo com 13%, seguida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com 7%. A tendência a favor do salvadorenho persiste.
Os chilenos não têm dúvidas sobre o perfil do próximo presidente do país do sul: eles esperam que ele tenha o “estilo e o jeito” do chefe de Estado de El Salvador, Nayib Bukele. Essa preferência ficou clara nos resultados da pesquisa Plaza Pública, realizada pelo Centro de Análise de Pesquisa de Mercado (Cadem), onde 46% dos entrevistados manifestaram interesse em uma figura política semelhante ao líder centro-americano.
Depois de Bukele, mas muito atrás, a ex-presidente Michelle Bachelet se posiciona como referência para o próximo governo com 13%, seguida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com 7%. A tendência a favor do salvadorenho persiste.
Os chilenos ansiavam por um líder nacional com sua força desde o ano passado. Em novembro, o mesmo instituto de pesquisas informou que nenhuma figura de direita ou de esquerda no país — nem mesmo o presidente Gabriel Boric — havia obtido apoio semelhante ao de Bukele, de Arica a Punta Arenas. Na ocasião, o chefe de Estado salvadorenho obteve uma imagem positiva de 81% no Chile.
Em cinco meses, a preferência da população por alguém que assumirá o Palácio de La Moneda em 2026 com perfil semelhante, focado no combate à guerrilha e ao narcotráfico, cresceu quatro pontos, de 42% para 46%. Por trás dos números há uma realidade dolorosa para Boric. A população o desaprova consistentemente, com a taxa de rejeição à sua gestão chegando a 65% no mesmo estudo.
Desejo realizado?
A possibilidade de os chilenos terem um presidente com políticas de segurança semelhantes às de Bukele parece existir. Evelyn Matthei, candidata de La Moneda pela coalizão Chile Vamos, formada pela União Democrática Independente (UDI), Evópoli e Renovação Nacional (RN), propõe a criação de prisões nas regiões desérticas de Tarapacá, Arica e Paricanota, Coquimbo e Atacama, esta última reconhecida como a área mais seca do mundo.
Para Matthei, essas instalações seriam “prisões difíceis no deserto para pessoas que se comportam mal”, onde aqueles que entrassem também seriam “isolados para que não pudessem continuar operando da prisão”. Seu plano com essa medida é combater o tráfico de drogas, a criminalidade e “retomar o controle das fronteiras, deter imigrantes ilegais ali e mandá-los de volta para seus países”.
A oferta é atraente em um momento em que a rejeição de migrantes está no nível mais alto do país. Uma pesquisa recente revelou que 70% da população expressa uma percepção negativa deles.
Competição pela vitória
O candidato do Partido Republicano, José Antonio Kast, também tem promessas concorrentes comparáveis às de Bukele, enfatizando a necessidade de expandir o uso de armas não letais do tipo Taser (armas de eletrochoque) como parte do uso legítimo da força pelas autoridades. Em sua opinião, “com criminosos, você não dialoga; você age; você exerce autoridade. Precisamos restaurar o uso legítimo da força pelas autoridades.”
Ambos estão liderando o caminho nas eleições presidenciais de 16 de novembro. Além de escolher o chefe de Estado, também serão eleitos os 155 membros da Câmara dos Deputados e 23 das 50 cadeiras do Senado.
Até agora, Matthei caiu apenas três pontos em menções espontâneas sobre quem os entrevistados gostariam que fosse o próximo presidente do país, caindo de 20% para 18%. Ela é seguida pelo fundador do Partido Republicano, José Antonio Kast, que subiu três pontos para 13% das menções.