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Pânico financeiro em meio a temores de recessão desencadeados pela guerra comercial

Quando Donald Trump falou de um “período de transição” econômica, isso foi interpretado nos mercados como um eufemismo para uma recessão. Os mercados de ações do mundo estão sofrendo uma queda significativa, com perdas acumuladas nos principais índices na última semana como resultado das tarifas. As criptomoedas também despencaram, com o bitcoin recuando para preços abaixo de US$ 79.000.

Embora o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha falado no fim de semana em uma entrevista à Fox News sobre um “período de transição” econômica, a incerteza e o medo de uma recessão como resultado da guerra comercial iniciada por Washington estão gerando um pânico nos mercados financeiros que não parece estar perto de ser revertido. Como as novas tarifas chinesas sobre produtos agrícolas dos EUA entraram em vigor na segunda-feira, em resposta às tarifas impostas anteriormente pelos EUA, os mercados começaram o dia no vermelho, ampliando a queda acentuada que começou na semana passada, quando a ameaça de Trump aos investidores chineses, mexicanos e canadenses se tornou realidade, com oscilações que não conseguiram restaurar a confiança.

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Na segunda-feira, o Dow Jones abriu com uma contração de 0,84%, enquanto o S&P 500 caiu 1,40% e o índice de tecnologia Nasdaq caiu 2,16%. Mas essa não é uma variação negativa isolada. O Dow Jones está saindo de uma perda de 2,37% na semana passada, com o S&P 500 já caindo 3,10% e o Nasdaq 3,45%.

Se há algo que afugenta os investidores, é a incerteza. E é isso que tem reinado nos mercados desde o anúncio da imposição de tarifas de 25% sobre o México e o Canadá e de 10% sobre a China. Apesar das concessões, primeiro ao setor automotivo e depois aos produtos abrangidos pelo Acordo México-EUA-Canadá (T-MEC), que entra em pausa até 2 de abril, a ameaça de uma recessão continua à espreita, especialmente depois que o presidente dos EUA usou o eufemismo “período de transição” para responder aos repórteres que lhe perguntaram sobre uma possível recessão, que ele não descartou.

Os mais afetados

Especialistas financeiros estimam que a turbulência pode continuar. Entre as ações que mais caíram na última semana estão a Tesla (-17%), Boeing (-13%), Apple (-5%), bem como a Nvidia (-7%), que foi duramente atingida desde o lançamento do chatbot chinês de inteligência artificial Deepseek e teve uma correção considerável, mas voltou a cair, e o índice das 500 maiores empresas dos EUA, o S&P 500, perdeu cerca de 4%, retornando aos níveis de setembro do ano passado.

Mas o golpe não foi sentido apenas em Wall Street. O mercado de ações mexicano sofreu uma queda de 1,50% durante o dia, enquanto o mercado de ações canadense registrou uma contração de 1,04%. Na Europa, o efeito foi sentido nos mercados alemães, com um declínio de 1,35%, enquanto a Espanha viu seu índice do mercado de ações cair 1,17% e, no Reino Unido, o declínio foi de 0,60%. No que diz respeito aos mercados asiáticos, o mais afetado foi Hong Kong, que registrou uma queda de 1,85%, seguido pelo índice A50 da China, com -0,53%, e Xangai, com uma queda de 0,19%.

Criptomoedas despencam

O mercado de criptomoedas – caracterizado pelo aumento da volatilidade – viu o bitcoin cair abaixo de US$ 79.000, revertendo uma tendência de alta que começou com a eleição de Trump em novembro, com promessas para o mercado de um presidente pró-criptografia na Casa Branca. E embora Trump tenha ordenado, na semana passada, a criação de reservas estatais de criptomoedas e presidido um simpósio na sexta-feira entre representantes de seu governo e do setor de moedas eletrônicas com o objetivo de dar origem a uma nova regulamentação para impulsionar o setor, as medidas não foram o que o mercado esperava, pois foi acordado não comprar mais bitcoin ou outras moedas digitais por enquanto, mas apenas manter um portfólio federal que não venda ativos adquiridos anteriormente.

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