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Milei na Espanha: “Morte ao socialismo!”

O presidente argentino encerrou o Fórum Econômico de Madri com uma homenagem à sua administração. Não houve entrada no Palácio de Vistalegre.

“Viva a liberdade, porra!”, exclamou o presidente argentino Javier Milei em uma arena lotada em Madri. “Viva!”, respondeu o público espanhol, com o mesmo entusiasmo dos torcedores argentinos em Buenos Aires. “Morte ao socialismo!”, acrescentou o chefe de Estado, estufando o peito, confirmando que outra apresentação inflamada estava por vir, enquanto os acordes do clássico 
“Pânico Show “, de La Renga, tocavam.

Esta tarde, o Fórum Econômico de Madri estava lotado para ouvir o presidente argentino, que mais uma vez causou sensação, como em suas aparições anteriores na Espanha. Durante sua apresentação, Milei explicou por que considera seu governo um sucesso e, mais uma vez, criticou as políticas dirigistas e estatistas, especialmente em um país onde o regime de Pedro Sánchez está causando estragos.

“Ao longo do primeiro trimestre deste ano, a economia se expandiu”, explicou o economista e presidente. “Hoje, nossos índices de popularidade estão mais altos do que quando assumimos o cargo.” Em sua opinião, os grandes ajustes que seu governo fez nos gastos públicos não causaram perda de imagem positiva, pois afetaram a “classe política”. “Nossa imagem melhora porque repassamos recursos ao povo.”

Para Milei, pegar o touro pelos chifres foi o que lhe permitiu não apenas o sucesso de sua administração, mas também sua sobrevivência política. Se tivesse seguido outro caminho, o libertário está convencido de que não teria conseguido discursar para sua plateia no Fórum Econômico de Madri esta tarde. “Chegamos a uma situação muito crítica e, se não a tivéssemos ajustado, eu não estaria aqui hoje como presidente da Argentina”, exclamou.

Compartilhando histórias do início de seu governo com seus apoiadores espanhóis, o presidente argentino disse que a única coisa que poderia ser feita era “motosserras puras”. Um plano que, no fim das contas, “funcionou”. Ele também se referiu ao ano eleitoral atípico na Argentina, onde os governos frequentemente recorrem a políticas econômicas expansionistas do Estado para evitar distúrbios entre o eleitorado.

“Apesar de estarmos em ano eleitoral, suspendemos os controles cambiais e hoje a taxa de câmbio está sendo negociada muito mais perto do piso da banda”, enfatizou. Vale lembrar que, até o momento, o Banco Central não precisou operar, pois a taxa de câmbio flutuante se manteve entre o piso de 1.000 pesos e o teto de 1.400 pesos. Em relação à inflação, ele se aventurou a dizer que a expectativa é que ela ultrapasse 2% neste mês e que, no ano que vem, o problema, que até recentemente era o que historicamente mais preocupava os argentinos, juntamente com a insegurança, será “coisa do passado”.

Em relação à sua agenda internacional, Milei reiterou que é “a favor da paz e do livre comércio, entendendo que onde entra comércio, não entra bala”. Nesse sentido, enfatizou que está trabalhando para finalmente tornar realidade o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, além do TLC com os Estados Unidos. “Ninguém deve se surpreender com o que estamos fazendo internacionalmente”, afirmou, referindo-se à sua aliança estratégica com os Estados Unidos e Israel, bem como à sua política econômica e comercial.

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