Lula não concedeu refúgio a uma dissidente. Nem a uma perseguição ideológica. Ele acolheu uma condenada, sentenciada por corrupção, em um esquema articulado pelo próprio governo do qual ele fez parte.

A Operação Lava Jato foi abortada no Brasil, não por falta de provas, mas por excesso de culpados. Delações comprovadas, documentos, confissões, bilhões desviados — tudo real. Tudo arquivado. Mas enquanto o sistema aqui se esforçava para apagar vestígios, outros países levaram o escândalo a sério.

No Peru, o desfecho de um dos principais capítulos da Lava Jato chegou nesta semana: o ex-presidente Ollanta Humala foi condenado a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, junto com sua esposa Nadine Heredia, que recebeu a mesma pena.

A acusação é clara: a campanha de Humala, em 2006 e 2011, foi financiada com US$ 600 mil do regime chavista de Hugo Chávez e US$ 3 milhões da Odebrecht e da OAS, a pedido direto do governo brasileiro — mais precisamente do Partido dos Trabalhadores.

Mas enquanto Humala se apresentou e foi conduzido ao presídio de Barbadillo, Nadine Heredia fugiu para a embaixada do Brasil em Lima, onde pediu asilo político.

E quem lhe concedeu o refúgio?

Luís Inácio Lula da Silva.

O crime é transnacional — e a blindagem também

Lula não concedeu refúgio a uma dissidente. Nem a uma perseguição ideológica. Ele acolheu uma condenada, sentenciada por corrupção, em um esquema articulado pelo próprio governo do qual ele fez parte.

O delator Marcelo Odebrecht foi taxativo:
“No caso do Peru, os 3 milhões de dólares foram um pedido do governo Lula. Nós éramos apenas os emissores.”

O procurador peruano Germán Juárez Atoche resumiu:
“Fica novamente confirmada a relação entre o PT, liderado por Lula, e Ollanta Humala. A afinidade era ideológica e financeira.”

O Foro de São Paulo não é teoria — é engrenagem

Este caso não é uma exceção. É a ponta visível de uma estrutura muito maior: o Foro de São Paulo, que articulou ao longo de duas décadas financiamento cruzado de campanhas eleitorais, operações subterrâneas com dinheiro de estatais, construtoras, e ditaduras, e estratégias de manutenção de poder em toda a América Latina.

O Foro é o eixo central.

Foi através dele que:
– Lula organizou campanhas para Hugo Chávez e Nicolás Maduro
– O PT enviou marqueteiros e operadores para Caracas, Quito, La Paz
– A Odebrecht funcionava como “caixa única” para projetos socialistas continentais
– O Brasil bancou, coordenou e acobertou uma rede mafiosa continental travestida de solidariedade ideológica

E isso não é teoria. Está documentado. Está delatado. Está sentenciado.

O silêncio que envergonha

O mais escandaloso, no entanto, não é a concessão do refúgio — é a reação. Ou melhor, a ausência dela.

Nenhuma manchete de jornal. Nenhum editorial. Nenhum plantão de TV. Nenhum breaking news. Nenhuma indignação.

A imprensa brasileira, que destruiu reputações por “power points”, silencia diante do uso do Estado brasileiro para proteger uma fugitiva da Justiça peruana envolvida em corrupção transnacional.

Conclusão: o Brasil foi rebaixado de república para reduto

Hoje, Nadine Heredia está protegida no Brasil.
Seu marido está preso.
O esquema do Foro segue intocado.
O PT está no poder.
A Odebrecht mudou de nome, mas já voltou a operar com contratos públicos.
E a imprensa… sorri.

O que aconteceu nesta semana é um ato institucional de cumplicidade com a criminalidade internacional. O presidente da República usou o Itamaraty para blindar uma cúmplice sua num esquema transnacional de corrupção. E o país, anestesiado, assistiu em silêncio.

O Foro de São Paulo não é passado. É presente. É governo. E agora, é abrigo.