“Estamos agora em um momento de censura de guerra, algo sem precedentes em nosso país, mas a guerra também está sendo travada no campo da informação”, disse o porta-voz presidencial Dmitry Peskov.
Moscou, 11 de julho (EFE) – O porta-voz presidencial Dmitry Peskov reconheceu a atual censura da mídia na Rússia em uma entrevista publicada sexta-feira pela revista ‘Ekspert’.
“Estamos agora em um momento de censura de guerra, algo sem precedentes em nosso país, mas a guerra também está sendo travada no campo da informação”, disse a autoridade russa.
Segundo Peskov, a perseguição aos meios de comunicação da oposição agora é justificada.
“Seria errado fechar os olhos para os meios de comunicação cujo objetivo é desacreditar a Rússia, então acredito que esse regime (de censura) agora é justificado”, enfatizou.
Ele também prometeu que a situação melhoraria no futuro, embora tenha afirmado que “não voltaremos aos tempos das ‘medusas’ furiosas, que só falam mal da Rússia”, referindo-se ao meio de comunicação independente Meduza, que durante anos denunciou a deterioração política na Rússia e agora está sediado na Letônia.
Da mesma forma, o secretário de imprensa do presidente russo Vladimir Putin elogiou “materiais com conteúdo ou tom patriótico” que estão cada vez mais presentes no cenário da mídia russa.
O controle sobre a mídia na Rússia cresceu gradualmente desde que Putin chegou ao poder e a aquisição formal e informal dos primeiros meios de comunicação, como a rede de televisão privada TNT, comprada pela estatal Gazprom em 2001, ou a nacionalização da NTV no mesmo ano.
Desde o início da guerra na Ucrânia em 2022, o Kremlin reforçou suas ferramentas de repressão e censura, levando a uma onda de exílios de opositores do atual regime russo e ao início de processos judiciais contra críticos da guerra ou do governo.