“Independentemente de quaisquer discussões políticas que possam ter ocorrido, a decisão é retomar o fornecimento de energia para uma parcela da população do país vizinho”, disse o ministro de Minas e Energia da Colômbia, Edwin Palma, que anunciou que a exportação começaria “antes do final do ano”.
Uma ficha limpa. Foi o que fez o governo colombiano liderado por Gustavo Petro. Há um ano, ele fingiu preocupação com a democracia na Venezuela ao exigir a apresentação das cédulas de apuração que corroborassem os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declarou Nicolás Maduro vencedor, embora o total de votos ainda não tenha sido apresentado. A advertência contra o reconhecimento do governo do país vizinho sem os respectivos registros eleitorais que esclareceriam as dúvidas sobre as sólidas alegações de fraude foi esquecida. Não contente em ter proposto a criação de uma “zona econômica especial” em Catatumbo em março, em resposta à violência naquela região fronteiriça, ele agora anuncia um plano de exportação de energia elétrica para a Venezuela para ajudar a resolver a crise sofrida pelos venezuelanos em decorrência da corrupção e da falta de manutenção das instalações pela ditadura chavista.
O Ministro de Minas e Energia da Colômbia, Edwin Palma, foi o responsável por relatar o andamento do projeto. “Independentemente de quaisquer discussões políticas que possam surgir, a decisão é retomar o fornecimento de energia para uma parcela da população do país vizinho. Esperamos realizar testes na conexão e poder exportar energia novamente, como aconteceu há alguns anos”, disse o alto funcionário do governo de Gustavo Petro em entrevista ao jornal La República.
Além disso, quando questionado sobre possíveis negociações com gás natural, Palma esclareceu que “o que está sendo discutido do ponto de vista técnico é energia elétrica”. Ele observou que “essa interconexão existia antes de 2019, mas naquele ano o governo decidiu romper relações com a Venezuela, afetando o setor privado e a população. Isso condenou uma parcela da população venezuelana a sofrer as consequências da falta de energia”, acrescentou, referindo-se à grave crise elétrica na Venezuela, com apagões diários em quase todos os estados.
A exportação de eletricidade da Colômbia para a Venezuela deve começar “antes do final do ano”, segundo Edwin Palma, Ministro de Minas e Energia do governo colombiano, que também fez uma ressalva. “Estamos dependendo de várias decisões”, concluiu.
A Venezuela sofre uma grave crise elétrica há mais de 15 anos , ainda sem solução. Essa crise se deve a uma combinação de fatores que vão desde a deterioração da usina termelétrica do país e a falta de investimentos até o desvio de verbas que deveriam ser usadas para melhorar a infraestrutura elétrica do país, como parte da corrupção maciça do chavismo. Desde 2009, o regime implementou mais de uma dúzia de medidas que, como esperado, não resolveram o problema. A mais recente foi a redução da jornada de trabalho do setor público desde o final de março.