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A ‘era Rutte’ na OTAN começa com apoio à Ucrânia e reforço contra a Rússia e a China

Mark Rutte afirmou que é uma grande honra assumir o cargo e agradeceu a todos os países da organização transatlântica por confiarem nele como responsável pela condução da Aliança nos próximos quatro anos. (EFE/EPA/OLIVIER HOSLET)

Mark Rutte, que foi líder dos Países Baixos durante 14 anos, substituiu hoje o norueguês Jens Stoltenberg, que liderou a organização durante uma década, durante uma cerimónia presidida pelo Conselho do Atlântico Norte, principal órgão de decisão da NATO.

Bruxelas, 01 out (EFE).- O antigo primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, tornou-se esta terça-feira o novo secretário-geral da NATO com a intenção de continuar a apoiar a Ucrânia e fortalecer a Aliança face à ameaça da Rússia e aos desafios colocados pela China. .

Rutte, que foi líder dos Países Baixos durante 14 anos, substituiu hoje o norueguês Jens Stoltenberg, que esteve uma década à frente da organização, numa cerimônia presidida pelo Conselho do Atlântico Norte, principal órgão de decisão do país, OTAN.

“Você verá uma diferença de estilo, isso é inevitável, somos pessoas diferentes”, disse Rutte sobre seu antecessor, o segundo secretário-geral aliado mais antigo, embora tenha deixado claro que sua intenção é dar continuidade à agenda de Stoltenberg, ele se declarou um “admirador”.

Segundo ele, os aliados enfrentam sérios desafios e têm de implementar as decisões tomadas na última cimeira da NATO em Washington, em julho, para “continuar a adaptar a aliança a um mundo mais complexo”.

A transferência ocorreu depois de Stoltenberg ter dado a Rutte um martelo Viking que a Islândia doou à OTAN e é usado para reuniões especiais na Aliança. Foi utilizado na última reunião de ministros realizada na antiga sede da organização transatlântica, utilizado até 2018, e também é utilizado hoje.

“Ele tem a experiência perfeita para se tornar um grande Secretário-Geral”, comentou Stoltenberg, que reconheceu que sentirá falta da Aliança: “Saio sabendo que conseguimos muito juntos”, sublinhou.

Especificamente, referiu-se ao fato de durante o seu mandato a NATO ter implementado o maior reforço da sua defesa coletiva numa geração, com mais tropas em alta disponibilidade na parte oriental da Aliança, e destacou também que de três aliados que gastaram 2 % do PIB na defesa em 2014, aumentou para um total de 23 hoje.

Ao mesmo tempo, lembrou que desde que assumiu o cargo a Aliança adicionou quatro novos membros: Macedônia do Norte, Montenegro, Finlândia e Suécia, e que passou de um apoio marginal à Ucrânia em 2014 para um “apoio massivo” com a OTAN coordenando a ajuda a partir de uma base na Alemanha.

Mais capacidades e apoio para a Ucrânia

Rutte afirmou que é uma grande honra assumir o cargo e agradeceu a todos os países da organização transatlântica por confiarem nele como responsável pela condução da Aliança nos próximos quatro anos.

Ele sublinhou que as suas prioridades incluem manter a OTAN “forte” e garantir que as defesas permaneçam “eficazes e credíveis”.

“Para isso precisamos de mais forças, com melhores capacidades e inovação mais rápida. Isto exige mais investimento, porque para fazer mais é preciso gastar mais”, explicou.

Também incluiu entre as prioridades aumentar o apoio à Ucrânia e aproximar o país da NATO. Assegurou que a Aliança deve cumprir o “caminho irreversível” da Ucrânia rumo à sua adesão à organização transatlântica.

Rutte descartou uma ameaça nuclear iminente da Rússia e acrescentou que, em qualquer caso, não se pode ceder a qualquer chantagem do presidente russo, Vladimir Putin, porque “estabeleceria o precedente de que o uso da força militar permite a um país alcançar o que pretende.

Ele disse que cerca de mil soldados russos são feridos ou mortos por dia na Ucrânia, um número que aumentou para 500 mil desde o início da invasão em fevereiro de 2024.

Ao mesmo tempo, Rutte assegurou que através do seu apoio à indústria militar russa, a China tornou-se um “facilitador decisivo” da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

“A China não pode continuar a alimentar o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial sem que isso tenha impacto nos seus interesses e reputação”, afirmou.

Diante da incógnita das próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos, Rutte afirmou que poderá trabalhar tanto com a candidata democrata, Kamala Harris, quanto com o republicano, Donald Trump, seja qual for o resultado das eleições, e se mostrou “ otimista” sobre a manutenção do apoio dos Estados Unidos a Kiev.

Da mesma forma, disse que se concentrará no fortalecimento de parcerias com a União Europeia e países terceiros em todo o mundo.

Rutte respondeu ainda a questões sobre se vai continuar a viajar de bicicleta, como fez em Haia, algo que por questões de segurança garantiu que deixará de fazer, e acrescentou que viverá entre as duas cidades, mas que irá passar “mais tempo” em Bruxelas.

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