Na Espanha, há cerca de 900 médicos cubanos aguardando certificação para atuar no país.
O regime cubano persegue médicos na ilha que fogem do comunismo, recusando-se a emitir certificados que lhes permitam exercer a profissão no exterior. Dessa forma, a ditadura castrista pretende evitar o aumento do número de desertores de profissionais de saúde em missões enviadas a países aliados, o que lhe permite ganhar, em média, US$ 6,4 bilhões anuais.
Na Espanha, há cerca de 900 médicos cubanos certificados aguardando a certificação para formalizar sua filiação ao Conselho Geral de Associações Médicas Oficiais (Cgcom) da nação ibérica. Todos atribuem a rejeição de seus pedidos à pressão do governo de Miguel Díaz-Canel em resposta ao êxodo dos 10.000 médicos que já atuavam na Espanha, de acordo com o The Objective.
“Eles estão tirando todas as nossas liberdades como indivíduos. Não temos o direito de escolher nosso destino”, denuncia o especialista em terapia intensiva pediátrica cubano Gaylor Márquez, que desertou uma missão médica enviada de Havana para a Guiné Equatorial para se estabelecer em Madri. O desejo de ganhar mais de US$ 60 por mês o levou a deixar as fileiras. Agora ele faz parte do contingente que aguarda os certificados.


Verdade irrefutável
Márquez diz a verdade. O regime cubano confisca 75% dos salários pagos pelos países de destino pelo trabalho dos profissionais de saúde cubanos.
Além disso, submeteu os 40.000 profissionais recrutados na última década para prestar serviços internacionais — metade deles escolhidos por terem filhos menores que garantem seu retorno forçado — a um sistema de vigilância por agentes da polícia política cubana incorporados às brigadas para restringir sua liberdade de movimento e expressão, proibindo-os inclusive de manter relações afetivas ou de trabalho com seus colegas locais. No entanto, pelo menos 5.000 decidiram desertar.
Processo pendente
A Associação de Médicos Cubanos na Espanha está tentando encontrar soluções para permitir que seus membros obtenham a licença mediante a apresentação de uma declaração juramentada e a apresentação de antecedentes criminais para evitar a pressão da certificação. No entanto, este pedido ainda não recebeu uma decisão positiva das autoridades.
Oito meses após uma reunião com Tomás Cobo, presidente da Associação Médica Espanhola, a proposta continua em espera enquanto “o número de médicos cubanos certificados que deveriam estar exercendo, mas não podem” cresce.
Em resposta a essa situação, o Departamento de Estado dos EUA está pedindo aos governos que contratam médicos cubanos que sejam transparentes e publiquem os acordos assinados com a ditadura, na tentativa de proteger os profissionais exportados.
Em uma declaração pública, o Bureau de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA afirmou que “os governos que hospedam missões médicas cubanas devem garantir práticas trabalhistas justas” para evitar que sejam “tratadas como mercadorias pelo regime cubano”.
Além disso, o escritório observou que “há maneiras éticas e legais de hospedar profissionais médicos cubanos no exterior que beneficiam os médicos, não o regime”. O assunto está na agenda da viagem do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ao Caribe, que inclui visitas à Jamaica, Guiana e Suriname, bem como do enviado especial do Departamento de Estado para a América Latina, Mauricio Claver-Carone. Ambos pedem o fim do tráfico de pessoas durante a ditadura.
Situação triste, mas que precisa vir a tona para mostrar como funciona o comunismo, traficam pessoas em prol do regime.