A Plataforma Unitária qualificou de “desaparecimento forçado” e “terrorismo de Estado” o sequestro do genro de Edmundo González, Rafael Tudares, ocorrido esta terça-feira. Embora o regime não tenha assumido a responsabilidade por esta detenção, não parece coincidência que tenha ocorrido três dias antes da tomada de posse presidencial e enquanto María Corina Machado denunciava um forte cerco à casa da sua mãe, inclusive com drones.
A Plataforma Unitária Democrática descreveu como um ato de “terrorismo de Estado” o sequestro, na manhã de terça-feira, de Rafael Tudares, genro de Edmundo González, apenas três dias antes de seu prometido retorno à Venezuela para assumir a presidência, para a qual foi eleito com 67% dos votos, de acordo com a única ata publicada da eleição, que foi endossada por observadores internacionais credenciados pelo próprio Conselho Nacional Eleitoral (CNE), como o Centro Carter e o painel de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU). A isso se soma o cerco feito nas últimas horas à casa da mãe de María Corina Machado, conforme denunciado pelo líder da oposição.
Tudares foi interceptado pela manhã sem “nenhuma medida”, quando viajava em seu veículo, e “sequestrado por homens encapuzados” na frente de seus filhos, de acordo com sua esposa, Mariana González, conforme denunciado anteriormente pelo próprio Edmundo González em suas redes sociais. “Em que momento se tornou um crime ser da família de Edmundo González Urrutia? É por isso que levaram meu marido? Do que o acusam?”, disse a filha de Edmundo González, acrescentando que Rafael Tudares foi levado em uma ‘van dourada, placa AA54E2C’.
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Por sua vez, a Plataforma Unitária denunciou em um comunicado que este é “um novo caso de desaparecimento forçado por razões políticas de um cidadão inocente, cujo único crime é ser genro da pessoa que recebeu o voto de mais de 7,5 milhões de venezuelanos em 28 de julho, para conseguir uma mudança política” e que essas “ações de terrorismo de Estado são adicionadas aos arquivos de violações de direitos humanos, que estão sendo substanciadas em instâncias internacionais”.
O regime de Nicolás Maduro não assumiu a responsabilidade pela prisão do genro de Edmundo González. No entanto, não parece coincidência que, enquanto isso acontecia por um lado, por outro, María Corina Machado denunciou que agentes da ditadura cercaram a casa de sua mãe, colocando bloqueios na urbanização e sobrevoando-a com drones. Ela também denunciou que “a eletricidade ‘caiu’ na área”, sugerindo que foi um corte premeditado.
A campanha de guerra psicológica
Como parte de uma campanha de guerra psicológica, o regime não apenas destacou mais de 1.200 agentes de contra-inteligência, mas também espalhou por aeroportos e postos de fronteira um cartaz com o rosto de Edmundo González, oferecendo uma recompensa de US$ 100.000 por sua captura. A liderança chavista ameaçou prendê-lo se ele puser os pés na Venezuela. Entretanto, Maduro não quer que o cartão postal que o mundo verá no dia de sua posse fraudulenta seja o do verdadeiro vencedor das eleições sendo algemado. Por esse motivo, eles estão tentando de todas as formas intimidá-lo a desistir de sua ideia, já que ele só tem mais duas paradas em sua turnê (Panamá e República Dominicana) antes de partir para seu destino final: Caracas. Portanto, como a guerra psicológica não funcionou, Miraflores está aumentando a aposta com ações mais agressivas que fazem parte do terrorismo de Estado denunciado pela coalizão de oposição.
Além disso, o ministro do Interior e da Justiça do regime, Diosdado Cabello, anunciou na segunda-feira que prendeu 125 estrangeiros de pelo menos 17 nacionalidades, incluindo o militar argentino Nahuel Gallo e um cidadão israelense, que sem dúvida serão usados como moeda de troca para as habituais “negociações” que permitiram ao chavismo obter libertações como a dos sobrinhos de Cilia Flores, esposa de Maduro, serão usados como moeda de troca para as habituais “negociações” que permitiram ao chavismo obter libertações como a dos sobrinhos de Cilia Flores, esposa de Maduro, que foram condenados nos Estados Unidos por crimes de tráfico de drogas, ou a de Alex Saab, que estava aguardando julgamento nos Estados Unidos por lavagem de pelo menos 350 milhões de dólares em cumplicidade com a ditadura venezuelana.