PHVOX – Análises geopolíticas e Formação
Destaque

China testa sua primeira “nave-mãe de drones”: um desafio para os EUA?

Esta aeronave não tripulada pode voar por 12 horas a 7.000 quilômetros e atingir altitudes de 15.000 metros. No entanto, a criação do regime chinês pode fracassar no campo de batalha.

Medindo 25 metros de comprimento e pesando 16.000 quilos, o Jiu Tian SS-UAV tem como objetivo voar alto nos céus da China e do exterior. Seu nome em espanhol significa “céu alto” e, ao ser revelado em 2024, foi anunciado como a primeira “nave-mãe de drone” do mundo.

Vídeos mostram um suposto voo de teste do que parecem ser dezenas de drones. Como o próprio nome sugere, esta mega-nave tem capacidade para lançar um total de “100 drones kamikazes” para derrotar os sistemas de defesa dos inimigos.

Entre suas muitas características, está a capacidade de voar por 12 horas a 7.000 quilômetros e atingir altitudes de 15.000 metros. Este novo componente, a serviço do Exército de Libertação Popular (ELP), representa um desafio militar para outras potências, como os Estados Unidos, que desejam abandonar a guerra convencional.

A corrida entre os EUA e a China intensifica-se

A China não está sozinha em seus testes ou anúncios de novos desenvolvimentos tecnológicos em meio a grandes conflitos globais e uma corrida armamentista cada vez mais acirrada. Os Estados Unidos estão fazendo algo semelhante com o Golden Dome anunciado pelo presidente Donald Trump, que ele estima estar pronto antes do fim de seu mandato para bloquear ameaças do ditador Xi Jinping e de seu homólogo russo, Vladimir Putin.

Soma-se a isso o recrutamento de especialistas em inteligência artificial para as Forças Armadas e a suspensão das restrições a voos supersônicos. Esses desenvolvimentos não são isolados, pois todos compartilham o mesmo ponto em comum: o aumento da capacidade de defesa do país.

A chegada do Jiu Tian SS-UAV ajuda a reforçar essa hipótese, considerando que veículos de comunicação a serviço do comunismo chinês afirmam que essa nave-mãe “pode ​​operar em altitudes extremamente elevadas e escapar de inúmeros sistemas de defesa aérea”. Outro ponto positivo é que essa aeronave, de propriedade da Corporação da Indústria de Aviação da China (AVIC), opera sem tripulação.

A nova nave é um alvo fácil e não estratégico

A primeira “nave-mãe drone” do mundo pode causar desconforto às potências inimigas devido ao seu tamanho e capacidades. No entanto, alguns consideram improvável sua participação em novas guerras.

Por exemplo, uma análise publicada pelo The EurAsian Times detalha que, se o Jiu Tian SS-UAV transportar uma combinação desses e mais 100 drones (cada um provavelmente pesando entre 50 e 100 quilos), estaria atingindo seu limite de carga útil. “Ele não conseguiria voar 7.000 quilômetros com todo esse equipamento. Provavelmente ficaria limitado a missões mais curtas ou cargas úteis mais leves, o que reduz seu valor estratégico”, observa o site.

Outra falha é imediatamente aparente: seus 25 metros de comprimento e sua estrutura de 16 toneladas o tornam tão visível a céu aberto que sistemas de radar avançados, como os do F-35 americano, poderiam detectá-lo facilmente. E não para por aí. Assim que lança os 100 drones sobre território inimigo, “a nave-mãe fica vulnerável, tendo esgotado sua capacidade ofensiva primária”, o que a transforma “em uma arma de uso único com autonomia muito limitada”.

Ou seja, embora a criação chinesa pareça enorme e barulhenta à primeira vista, provavelmente não será um sucesso em termos de como futuras guerras seriam travadas.

Pode lhe interessar

As mudanças na Argentina ocorrem rapidamente em todas as áreas

PanAm Post
13 de setembro de 2024

Um diálogo da história brasileira com a realidade atual

Guillermo Piacesi
19 de outubro de 2021

A entrevista de Jair Bolsonaro no Jornal Nacional

Paulo Henrique Araujo
23 de agosto de 2022
Sair da versão mobile