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Trump está decidido a tirar Maduro do poder?: “Só falta definir a hora e a data da saída”

“O chavismo já não tem lugar neste novo pacto social. Eles quebraram-no em 28 de julho”, afirma o analista político internacional Víctor Hugo Juárez, sobre um governo de transição na Venezuela, em entrevista ao PanAm Post.

Após a ligação telefônica entre Donald Trump e Nicolás Maduro, o presidente americano disse que o contato “não foi nem bom nem ruim” e que, se “vidas pudessem ser salvas” “fazendo as coisas da maneira correta”, essa seria sua primeira opção, mas que, se tivesse que “fazer as coisas do jeito mais difícil”, não descartaria essa possibilidade e “tudo bem também”. A imprensa americana revelou que Trump havia dado a Maduro uma semana para renunciar ao poder. Esse prazo já expirou e a pressão militar continua no Caribe, embora sem escalada, apesar dos alertas de que ataques terrestres começariam “muito em breve”.

Será que Trump está realmente determinado a lançar uma ofensiva militar para depor Maduro, ou continuará a confiar na pressão psicológica e no desgaste para alcançar um colapso interno? A este respeito, o analista político internacional Víctor Hugo Juárez afirma, em entrevista à PanAm Post, que “Nicolás Maduro não está em posição de negociar nada; ele só pode definir a data e a hora de sua saída”. No entanto, ele também alerta que o cenário é extremamente complexo e, mesmo que Maduro estivesse disposto a aceitar anistia em troca de um exílio pacífico, é muito provável que seu círculo íntimo o obrigasse a se tornar um “kamikaze”, recuando e resistindo militarmente por meio de táticas de guerrilha.

Em qualquer cenário, Juárez prevê o colapso do regime de Nicolás Maduro. “A maior preocupação agora para a maioria dos analistas não é a mudança de governo na Venezuela ou a derrubada de Maduro, que já é iminente, mas o dia seguinte à mudança de governo, porque acredito que a estratégia do chavismo será criar as condições para a ingovernabilidade na Venezuela, para o caos”, alerta ele.

Transição sem chavismo

E quanto às propostas de uma transição que inclua o chavismo após a saída de Maduro do poder, Víctor Hugo Juárez explica por que elas são descartadas. “Essa possibilidade de um neo-chavismo ou de um chavismo sem Maduro no poder foi destruída em 28 de julho… em 28 de julho, eles quebraram as regras, as próprias regras. Eles marcaram uma virada, um antes e um depois.”

Por essa razão, ele acredita que o fracasso das eleições de 28 de julho é muito difícil de ser superado pelo chavismo. Segundo o analista, o foco deve estar em como o novo governo reconstruirá a república e restaurará suas instituições. “O chavismo não tem mais lugar neste novo pacto social. Eles o romperam em 28 de julho, e o que está acontecendo agora é responsabilidade da elite chavista que não respeitou os resultados, e esta é a consequência.”

Segue a entrevista completa:

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