O presidente de El Salvador anunciou neste domingo a chegada ao seu país de 238 integrantes da gangue Tren de Aragua e 23 integrantes da gangue MS-13 para serem detidos na megaprisão de segurança máxima CECOT. A transferência dos deportados, invocando uma controversa lei de 1798, foi bloqueada por um juiz federal em Washington, mas ambos os governos a ignoraram e até zombaram da ordem judicial nas redes sociais.
O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, anunciou neste domingo a chegada ao seu país de 238 integrantes do Tren de Aragua e 23 integrantes da MS-13 (Mara Salvatrucha), organizações criminosas originárias da Venezuela e de El Salvador, respectivamente. Isso faz parte de um acordo com o governo americano de Donald Trump para receber membros de gangues deportados e detê-los no Centro de Confinamento contra o Terrorismo (CECOT), uma megaprisão de segurança máxima com capacidade para mais de 40.000 detentos, inaugurada há pouco mais de dois anos. O problema é que um juiz federal nos Estados Unidos havia ordenado um bloqueio neste sábado do Alien Enemies Act de 1798, invocado pela Casa Branca para realizar essas transferências sem audiências prévias. No entanto, tanto o governo de Washington quanto o de San Salvador ignoraram e até zombaram da ordem judicial.


“Oopsie… Tarde demais”, escreveu Bukele em sua conta no X, também usando um emoticon de riso para reagir à notícia publicada pelo
New York Post intitulada: “Juiz federal ordena que voos de deportação com supostos membros de gangues venezuelanas retornem aos EUA e impede Trump de invocar a Lei de Inimigos Estrangeiros”. Compartilhando o sentimento de escárnio, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, republicou a mensagem sarcástica de Bukele em sua conta no X, após agradecer ao presidente salvadorenho por sua “ajuda e amizade”.
Oopsie…
— Nayib Bukele (@nayibbukele) March 16, 2025
Too late 😂 pic.twitter.com/nDHL6deLJq
Ordem judicial desrespeitada
Nayib Bukele comemorou nas redes sociais que o acordo de um ano com o governo Trump, renovável, permitirá que os Estados Unidos paguem um valor muito baixo pelos presos, enquanto o benefício para El Salvador será alto, já que “com o tempo, essas ações, somadas à produção já gerada pelos mais de 40 mil presos que participam de diversas oficinas e trabalhos do programa ‘Ocio Cero’, contribuirão para a autossustentabilidade do nosso sistema prisional”.
Today, the first 238 members of the Venezuelan criminal organization, Tren de Aragua, arrived in our country. They were immediately transferred to CECOT, the Terrorism Confinement Center, for a period of one year (renewable).
— Nayib Bukele (@nayibbukele) March 16, 2025
The United States will pay a very low fee for them,… pic.twitter.com/tfsi8cgpD6
O juiz-chefe James Boasberg do Tribunal Distrital dos EUA em Washington, D.C., emitiu uma decisão de emergência no sábado, bloqueando temporariamente o uso da Lei de Inimigos Estrangeiros para agilizar deportações, ordenando que “qualquer aeronave contendo esses indivíduos que esteja decolando ou no ar deve ser devolvida aos Estados Unidos”. A medida havia sido emitida inicialmente para impedir a deportação de cinco venezuelanos e, algumas horas depois, a proibição foi estendida a todos os não cidadãos aos quais a lei de 1798 mencionada anteriormente poderia ser aplicada. A lei havia sido implementada apenas três vezes: durante a Guerra de 1812 e durante as Guerras Mundiais I e II.
Guerra ou invasão?
Essa lei é amplamente criticada por organizações humanitárias por permitir “abusos de poder”, já que só foi invocada em tempos de guerra e autoriza o governo dos EUA a deter ou deportar cidadãos de uma nação inimiga sem audiência prévia, com base apenas no país de origem dos suspeitos. Na verdade, a última vez que foi invocado foi durante a Segunda Guerra Mundial para deter e deportar japoneses, muitos dos quais eram cidadãos americanos.
No entanto, o governo Trump esclarece que a Lei de Inimigos Estrangeiros pode ser invocada não apenas em caso de guerra, que teria que ser declarada pelo Congresso, mas também quando um governo estrangeiro realiza uma invasão de território americano. Por esse motivo, o decreto presidencial deste sábado afirma que a organização criminosa Tren de Aragua “está realizando ações hostis e guerras contra o território dos Estados Unidos, tanto diretamente quanto sob a direção clandestina ou de outra natureza do regime de Nicolás Maduro na Venezuela”, justificando assim a invocação de uma “invasão em andamento” dos Estados Unidos por um regime estrangeiro.
Enquanto o Trump e o Bukele TRABALHAM e APRESENTAM RESULTADOS, o MiNto Tupiniquim segue chorando mais que bebê recém nascido!……