Vinte governadores visitaram o presidente, o que indica que o clamor das urnas foi ouvido. Isso também antecipa o que está por vir.
A foto histórica do presidente Javier Milei com 20 governadores (incluindo o prefeito da cidade de Buenos Aires, Jorge Macri) dá a impressão de que, para o futuro, “o presidente está no comando”. No entanto, a “ordem” veio de outro lugar, não da Casa Rosada ou da residência presidencial em Olivos. O povo deu as cartas, transmitindo uma mensagem cristalina nas urnas. Os líderes provinciais, como era de se esperar (embora isso não seja pouca coisa na política argentina), acataram.
O que disse o eleitorado? Que há apoio ao plano do governo, que o kirchnerismo não é majoritário e que o “centro político” dos governadores, pelo menos por enquanto, não tem quórum. Portanto, a foto dos governadores provinciais ao lado do chefe de Estado faz todo o sentido. Assim como a ausência dos quatro kirchneristas que não concordam e não concordarão com nada do que o presidente propõe.
Embora a oposição “centrista” tenha oferecido pouca ou nenhuma cooperação na preparação para as eleições, Milei (que passou por uma educação política acelerada, algo que nunca lhe agradou) avaliou corretamente a situação. Ele não rompeu relações nem as destruiu. Minimizou o conflito e disse que tudo seria resolvido após a abertura das urnas. O novato estava certo, e os políticos de “carreira” experientes se uniram ao claro vencedor, obedecendo ao mandato popular: o processo de mudança e reforma deve ser apoiado.
“Agora que o processo eleitoral terminou e com um mandato inequívoco do povo argentino, é da vontade do Presidente trabalhar com todos — independentemente das diferenças partidárias — para tornar a Argentina grande novamente. Nenhuma das mudanças de que a Argentina precisa pode ser feita sem a vontade da maioria dos governadores, que lideram as províncias”, afirmou a Presidência da República, compartilhando a foto com os líderes provinciais.
A declaração enfatizou a necessidade de o país se tornar “uma potência em energia, mineração, tecnologia, turismo e outras indústrias”, destacando que as províncias poderiam se tornar “potências em si mesmas”.
“Este Governo trabalhará com todos os governadores e com o Congresso Nacional para traduzir em leis os princípios assinados no Pacto de Maio, em julho de 2024”, concluiu o comunicado.
Isso significa que Milei terá todos os votos dos governadores para aprovar as reformas por aclamação? Claro que não. No entanto, o contexto indica que, no mínimo, os canais de comunicação estarão abertos para negociação, o que não é pouca coisa.
Após a reunião, o presidente argentino apareceu na televisão e afirmou que o encontro foi muito positivo e produtivo. Embora tenha mencionado ter “divergências” com os líderes provinciais com quem se reuniu (nenhum deles de seu partido), afirmou que, em linhas gerais, compartilham a mesma direção.
Em relação às quatro ausências dos kirchneristas, principalmente a do governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, Milei afirmou que, infelizmente, é impossível chegar a um acordo com aqueles que “não conseguem entender as coisas”. Assim como existe uma possibilidade percebida de diálogo com um grupo de potenciais coalizões majoritárias no parlamento, também se espera um kirchnerismo completamente isolado — pelo menos no curto prazo.
Embora a situação esteja longe do ideal, dentro das possibilidades, Milei está começando a segunda metade de seu primeiro período da melhor maneira possível.
💥 MILEI TRAS LA REUNIÓN CON LOS GOBERNADORES
— BREAK POINT (@BreakPointMP) October 30, 2025
💬 “Más de dos tercios de los argentinos pidieron no volver al pasado, sino avanzar hacia la libertad”
🦁 “No se puede dialogar con quienes repiten el catecismo marxista — dos más dos no les da cuatro”, dijo sobre los K excluidos… pic.twitter.com/ZkANqbNwiQ
