“O que a Venezuela fez foi simplesmente fazer birra e dizer ‘não, não, não mandem os deportados para cá’. Eles são venezuelanos, seu próprio estado deveria recebê-los”, disse o presidente equatoriano Daniel Noboa.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, descreveu a postura de Nicolás Maduro de não receber cidadãos venezuelanos deportados pelos Estados Unidos como uma “birra” na segunda-feira.

“Cada líder, cada presidente, tem tomado uma posição diferente. Vimos isso com (Gustavo) Petro (presidente da Colômbia), que inicialmente rejeitou isso, mas acho que ele percebeu muito rapidamente e, em poucos dias, disse que não, que receberia seus irmãos colombianos, mas que os receberia com dignidade”, disse Noboa em uma entrevista de rádio.

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Ele lembrou que seu governo recebeu equatorianos que foram deportados e implementou um programa no qual eles recebem um salário básico por três meses, treinamento, habilidades técnicas e apoio para encontrar emprego.

“Essa é a coisa mais humana a se fazer. O que a Venezuela fez foi simplesmente uma birra, dizendo ‘não, não, não me mande os deportados para cá’. Eles são venezuelanos, devem ser recebidos por seu próprio Estado”, disse ele.

Outras nacionalidades

Após a decisão do chavismo de não receber seus próprios cidadãos deportados dos Estados Unidos, uma medida que, segundo ele, “tem impacto em toda a região”, Noboa disse no domingo que seu país “não receberá migrantes deportados de outras nacionalidades”.

“Maduro disse publicamente que os voos para receber seus migrantes deportados foram ‘afetados’. A portas fechadas, eles advertiram os Estados Unidos que, após a revogação da licença de operação da Chevron, eles tomariam essa medida como retaliação”, disse ele em sua conta no site de rede social X.

Maduro destacou que a decisão do governo Trump de suspender a licença da Chevron “afetou as viagens” que a Venezuela havia programado com aviões da estatal Conviasa para trazer migrantes.

Noboa considera que um governo que “rejeita seu próprio povo” é “miserável e completamente desprovido de empatia”. “É assim que os regimes autoritários e extremistas agem, sem se importar com o destino daqueles que fogem da crise que eles mesmos causaram”, acrescentou.

Com informações da EFE