Nas últimas semanas, o tema da regulação das redes sociais ganhou força no debate público brasileiro. Janja Lula da Silva, totalmente fora de hora e sem ser perguntada, tomou a palavra e solicitou que o líder comunista chinês, Xi Jinping, tomasse providência quanto ao TikTok que, segundo ela, estava favorecendo a “direita” no Brasil. O retorno foi direto: vocês têm a liberdade de regular e até proibir a plataforma.

Já no Brasil, Janja voltou à carga ao tema, novamente dando exemplo de como a China resolve a questão, definindo como uma família educa o seu filho e a intervenção do Estado ocorrendo na sua casa, e que se não seguir a regra tem prisão, finalizando com a pergunta: “e por que é tão difícil falar disso aqui [no congresso do Brasil]?”

Lula recentemente publicizou que solicitou a Xi Jinping que enviasse alguém ao Brasil para tratar desta questão, o que por óbvio não envolveria somente o TikTok, controlado na teoria por uma empresa privada, mas deve ir além, tratando de como o Estado brasileiro deve lidar com a regulamentação. Aqui, precisamos voltar um pouco no tempo, pois a questão exige atenção, além da indignação do dia, ou de tratarmos política como entretenimento.

No dia 07 de abril de 2018, minutos antes de ser preso, Lula falou que o seu maior erro foi não ter regulado os meios de comunicação, que ele voltaria e faria isso. Uma promessa de campanha bem adiantada, mas verdadeira. Todavia, existem fatos posteriores que precisam ser observados com maior atenção ainda.

O PT vem assinando, nos últimos tempos, acordo de cooperação com diversos partidos comunistas do mundo, como o do Vietnã, Cuba e por óbvio, China. No dia 20 de setembro de 2023, Gleisi Hoffmann recebeu na sede do partido comitiva chinesa para firmar o “Acordo de entendimento sobre o intercâmbio e a cooperação” com o Partido Comunista Chinês. Além da presidente do Partido dos Trabalhadores, era parte da comitiva brasileira a Sra Mônica Valente, esposa de Delúbio Soares (sim o tesoureiro do Mensalão do PT) e, o mais importante: Diretora Executiva do Foro de São Paulo, como podemos ver na foto:

O documento foi assinado por Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais do PT, que disse: “O Partido Comunista Chinês é dos principais amigos do PT pelo mundo”.

Em abril de 2024, Gleisi foi à China e afirmou ver na China uma “democracia efetiva”. Sim, o país que possui um único partido político e que ele, o partido, possui forças armadas e não o Estado. Como dizem, a “democracia é minha e uso do jeito que quiser”.

Recentemente, o Ministro do STF Barroso foi fazer intercâmbio com a Suprema Corte chinesa e depois recebeu seus homólogos em Brasília.

Fato mais relevante ainda é o momento em que o STF escolhe para pautar a discussão que deveria caber única e exclusivamente ao Congresso Nacional: às portas da maior crise diplomática nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Acusado de abusos jurídicos e falta de processo legal junto ao judiciário americano, o Ministro Alexandre de Moraes é alvo de sanções do governo americano, o que nos leva a uma pergunta importante: estaria o Presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, dando uma sinalização para o governo Lula em troca de salvaguardas às Sanções que podem recair sobre todos os ministros, familiares e principalmente empresas ligadas a estes? Acredito que em breve teremos as respostas.