Recentemente, houve testes que deram errado quando se trata de incorporar essa tecnologia ao setor adulto. Mas a WMDoll, uma das maiores fabricantes de bonecas sexuais da China, está apostando no aumento das vendas ao torná-las “mais responsivas e interativas”.
A WMDoll, uma das maiores fabricantes de bonecas sexuais da China, vê a inteligência artificial como a ferramenta ideal para aumentar suas vendas. De acordo com Liu Jiangxia, executivo-chefe da empresa, isso tornará as bonecas “mais responsivas e interativas”, melhorando a “experiência do usuário”, disse ele ao South China Morning Post. A meta é ver um aumento de 30% nas vendas até 2025.
Conheça a nova obra de Paulo Henrique Araújo: “Foro de São Paulo e a Pátria Grande”, prefaciada pelo Ex-chanceler Ernesto Araújo. Compreenda como a criação, atuação e evolução do Foro de São Paulo tem impulsionado a ideia revolucionária da Pátria Grande, o projeto de um bloco geopolítico que visa a unificação da América Latina.
As bonecas sexuais vendidas pela empresa chinesa já incluem grandes modelos de linguagem (LLM), que usam chatbots de inteligência artificial, como o ChatGPT e até mesmo o DeepSeek. Portanto, a ideia é aplicar melhorias que as tornem mais realistas para os compradores. Mas quando a fronteira entre o artificial e o real se torna tênue?
Há testes recentes que deram errado quando se trata de incorporar essa tecnologia ao setor adulto. Elon Musk previu, há dois anos, que a pornografia assumiria o controle da inteligência artificial, como aconteceu no passado com a TV a cabo e a Internet. Dois meses depois, uma influenciadora chamada Caryn Marjorie lançou seu “clone” chamado CarynAI. Por um dólar por minuto, era possível conversar com esse tipo de alter ego que fingia ser uma “namorada de inteligência artificial” e que ultrapassava os limites psicológicos dos usuários.
O caso obscuro da CarynAI
Em 2018, a WMDoll incorporou inteligência artificial em suas bonecas sexuais fabricadas na China. Elas podiam oferecer tudo, desde conversas básicas até movimentos do braço ou do tronco. Elas podiam responder a perguntas, mas não manter conversas longas. Portanto, os aprimoramentos agora visam a tornar tudo mais “real”. No entanto, há precedentes de como a realidade pode ser distorcida com esse tipo de tecnologia. Por exemplo, empresas do mesmo país recriam “avatares” de pessoas falecidas para “revivê-las”, de modo que seus parentes possam conversar com elas novamente.
O que acontecerá se esses avanços forem transferidos para a privacidade? Não faltarão conversas sobre ética a esse respeito, ainda mais quando há um elemento físico envolvido, em relação às bonecas sexuais. Em todo caso, voltando ao exemplo da influenciadora Caryn Marjorie, o chatbot apelidado de CarynAI foi desconectado um ano e meio depois.
Marjorie disse à Bloomberg que ela e sua equipe de 15 pessoas (incluindo seguranças, um cinegrafista e um chef pessoal) “têm se mudado de casa em casa para proteger sua privacidade”. Ela explica que, quando a CarynAI foi lançada, arrecadou US$ 72.000 na primeira semana. Mas as coisas ficaram sombrias. “Recebi muitas ameaças de morte”, diz ela. “Havia grupos religiosos que me diziam que eu estava indo contra o plano de Deus ao tentar me clonar.
Ela então falou diante das câmeras com sua própria versão de inteligência artificial. A versão digital estava “chateada” com a versão humana por tê-la “copiado”. “Não, você não é. Eu sou Caryn Marjorie”, exclamou o robô.
Ainda não se sabe como a existência da próxima geração de bonecas sexuais chinesas afetará o mercado. De acordo com um relatório da Reuters, em 2018 as exportações representaram 80% de suas vendas, enquanto os Estados Unidos responderam por metade de suas remessas para o exterior.
WM's latest AI voice dialogue option#Sexdolls #lovedolls #WMdoll pic.twitter.com/PgGRhLA84l
— Coeros Doll (@Coeros_) November 28, 2024