As declarações do líder ucraniano vêm em resposta à proposta de Putin de que a reunião seja realizada em 15 de maio. Da mesma forma, o presidente dos EUA, Donald Trump, vem pressionando as partes, lembrando-as dos “banhos de sangue” que devem ser evitados ao negociar uma paz final.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se encontrará pessoalmente com seu colega russo, Vladimir Putin, na próxima quinta-feira na Turquia. Esta será a primeira vez que os dois líderes se encontrarão desde a invasão orquestrada pelo Kremlin, que começou em 24 de fevereiro de 2022, resultando em inúmeras baixas para ambas as nações e milhões de dólares investidos por seus aliados.
As declarações do líder ucraniano vêm em resposta à proposta de Putin de que a reunião seja realizada em 15 de maio. Da mesma forma, o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou as partes, alertando sobre “banhos de sangue” que devem ser evitados ao negociar uma paz final.


Em seu discurso de abertura após o fim da trégua unilateral da Rússia, motivada pelo Dia da Vitória, Putin disse que as negociações em Istambul deveriam ser realizadas sem pré-condições, com o objetivo de uma paz duradoura. Esta cidade já sediou as primeiras negociações entre as partes em mais de três anos de guerra, em março de 2022.
A esse argumento, Zelensky respondeu: “Esperamos um cessar-fogo total e duradouro, a partir de amanhã, para fornecer a base necessária para a diplomacia. Não faz sentido prolongar os assassinatos. E estarei esperando por Putin na Turquia na quinta-feira. Pessoalmente. Espero que os russos não procurem desculpas desta vez.”
Por sua vez, Trump, figura-chave no fim do conflito, enfatizou nas redes sociais que Putin não quer um acordo de cessar-fogo temporário com a Ucrânia, mas sim que irá à Turquia negociar um possível fim da guerra.
“A Ucrânia deveria concordar com isso. Pelo menos eles poderão determinar se um acordo é possível ou não e, se não for, os líderes europeus e os Estados Unidos saberão em que pé está tudo e poderão proceder de acordo (…) Estou começando a duvidar que a Ucrânia faça um acordo com Putin, que está ocupado demais comemorando a vitória da Guerra Mundial, que não poderia ter sido vencida (nem de perto) sem os Estados Unidos da América”, acrescentou.
Putin, por sua vez, enfatizou que falaria com o presidente turco, Tayyip Erdogan, sobre facilitar negociações que poderiam resultar em um cessar-fogo.
“Nossa proposta, como dizem, está sobre a mesa (…) A decisão agora cabe às autoridades ucranianas e seus comissários, que aparentemente são guiados por suas ambições políticas pessoais, não pelos interesses de seu povo”, enfatizou o presidente russo.
A proposta de negociações diretas surgiu horas depois de líderes europeus terem exigido em Kiev, no sábado, que o presidente russo aceitasse um cessar-fogo incondicional de 30 dias ou enfrentaria novas sanções. No entanto, Putin rejeitou as tentativas de algumas potências europeias de emitir o que ele descreveu como “ultimatos”.