“Se concordarmos em assinar o pacto de minerais, estamos prontos para fazê-lo. O acordo que está na mesa será assinado se as partes estiverem prontas”, disse o presidente ucraniano.
O presidente ucraniano, Volodímir Zelenski, declarou neste domingo disposição para voltar a se reunir com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, e para que seu país assine o acordo sobre minerais que havia sido negociado com os Estados Unidos, mas que foi paralisado após o conflito que ambos tiveram na Casa Branca.
Em uma entrevista a alguns dos mais renomados jornalistas britânicos antes de deixar o Reino Unido, onde hoje participou de uma cúpula com líderes europeus, Zelenski afirmou que o desentendimento diplomático com Trump e seu vice-presidente, JD Vance, “não trouxe nada de positivo para a paz”, mas rejeitou a ideia de se desculpar por sua postura.
“Eu queria que a posição da Ucrânia fosse ouvida, não queria que nossa posição fosse ambígua”, disse o ucraniano aos jornalistas.
Apesar de não querer responder se acreditava ter sofrido uma “emboscada” por parte de Trump e Vance, insistiu que conversará novamente com o presidente dos EUA caso seja “convidado a resolver os problemas reais”.
“Se concordarmos em assinar o pacto de minerais, estamos prontos para fazê-lo. O acordo que está sobre a mesa será assinado se as partes estiverem preparadas”, disse.
Sobre o plano de paz franco-britânico apresentado por Keir Starmer na cúpula de hoje aos aliados europeus, Zelenski afirmou que ele dará resultados “nas próximas semanas”.
Questionado sobre a proposta de trégua de um mês no espaço aéreo, marítimo e nas infraestruturas energéticas da Ucrânia, prevista nesse plano e anunciada pela França, Zelenski afirmou estar “ciente de tudo”, mas preferiu não dar sua opinião.
Ele rejeitou a possibilidade de que, em eventuais negociações de paz com a Rússia, a Ucrânia aceite abrir mão dos territórios ocupados pelos russos, pois isso representaria “uma separação forçada de nossas terras” e uma “coação” que poderia levar a novos conflitos no futuro.
“Acredito que os países que nos apoiam, ou que desejam atuar como mediadores, entendem que, se a guerra terminar de maneira injusta, será apenas uma questão de tempo até que as pessoas tentem buscar justiça”, afirmou.