“Essas violações são claramente vistas contra candidatos de direita devido ao radicalismo de esquerda que o presidente Gustavo Petro vem alimentando”, disse o analista político Miguel Fierro em entrevista ao PanAm Post sobre o ataque ao senador Miguel Uribe, lembrando também como Donald Trump e Jair Bolsonaro sofreram ataques semelhantes durante suas campanhas presidenciais.

O ataque do fim de semana ao senador e candidato presidencial colombiano Miguel Uribe não é o primeiro caso de violência política no país sul-americano, que testemunhou diversos ataques armados contra candidatos com chances de presidência no último século. No entanto, este caso gera grande preocupação, pois vai além das causas e perpetradores habituais: guerrilha e tráfico de drogas. A linguagem agressiva do presidente Gustavo Petro agora adiciona mais um ingrediente que torna a situação ainda mais complexa e delicada.

“Este é um cenário um pouco mais agressivo. Não é comparável aos anos 1980 porque agora o principal instigador é o presidente da República”, disse o analista político colombiano Miguel Fierro em entrevista ao PanAm Post , lembrando que poucas horas antes do ataque ao senador Miguel Uribe, Petro havia escrito em sua conta X a frase que Hugo Chávez usou tantas vezes na Venezuela para atacar a oposição: “Eles não passarão!” E não podemos esquecer que o congressista havia avisado naquele mesmo dia que exigiria que os ministros assinassem o decreto do presidente convocando o referendo sem a respectiva aprovação do Senado por ser uma violação da Constituição, e que Petro havia ameaçado demitir os membros de seu Gabinete que não o apoiassem com sua assinatura.

Para o analista, esta nova fase de violência política na Colômbia é ainda mais perigosa devido “à instigação do chefe de Estado”, referindo-se ao discurso inflamado de Gustavo Petro. “A sociedade colombiana, neste momento, está sendo alvo tanto da criminalidade comum, da criminalidade urbana, quanto das assimetrias vividas na América Latina devido aos ventos bolivarianos que nos trazem os senhores (Nicolás) Maduro e Diosdado Cabello (…) cartéis reinventados, o ELN (Exército de Libertação Nacional), o Clã do Golfo e um novo grupo armado chamado Primeira Linha, que tem uma estrutura de comando e responde ao que infelizmente é muito conhecido na Venezuela, onde essa patente de marca foi concedida, como os coletivos. E agora temos todos esses grupos à margem da lei com a aquiescência ou a ternura do chefe de Estado colombiano.”

Lembrando que a Colômbia não é o único país a sofrer violência política nos últimos anos e que as vítimas em todos esses casos foram candidatos de direita, Miguel Fierro acredita que as conotações ideológicas desses ataques não podem ser ignoradas. “Essas violações são claramente direcionadas a candidatos de direita devido ao radicalismo de esquerda que o presidente Gustavo Petro vem alimentando”, acrescenta, referindo-se aos ataques sofridos por Donald Trump e Jair Bolsonaro durante suas campanhas presidenciais de 2024 e 2018, respectivamente.