Um grupo de anti-chavistas se reuniu em frente à sede diplomática do Vaticano, convocado pelo Comitê de Parentes e Amigos pela Liberdade dos Presos Políticos e pelo Comando Venezuela-Espanha, para protestar contra o regime de Nicolás Maduro e pedir apoio internacional para a libertação dos presos, uma ação que também está sendo realizada em outros países.
Madri, 18 de julho (EFE) – Familiares de presos políticos venezuelanos entregaram uma carta à Nunciatura Apostólica em Madri na sexta-feira pedindo ao Vaticano que faça todo o possível para garantir que esses indivíduos não sejam mais presos quando os dois primeiros santos do país forem canonizados em 19 de outubro.
Um grupo de apoiadores anti-Chávez se reuniu em frente à sede diplomática do Vaticano, convocado pelo Comitê de Familiares e Amigos pela Liberdade de Presos Políticos e pelo Comando Venezuela-Espanha para protestar contra o regime de Nicolás Maduro e pedir apoio internacional para a libertação dos presos, ação que também ocorre em outros países.
A carta também está sendo entregue hoje às nunciaturas de países como Venezuela, Equador, Colômbia, Alemanha e Portugal, por ocasião da canonização do leigo José Gregorio Hernández e da freira Carmen Rendiles, em outubro.
Em declarações à mídia, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma e a líder do partido Vontade Popular Diana Merchán, ambos exilados na Espanha, concordaram que a comunidade internacional e organizações como a União Europeia e o Tribunal Penal Internacional precisam intervir com “ações firmes e concretas” em nome dos prisioneiros.


“Precisamos que eles voltem a atenção para isso. Não se trata apenas de palavras e declarações. Trata-se de colocar a mão firme no lugar”, instou Merchán.
Ledezma disse à EFE que as famílias “simplesmente pedem tratamento humano” para seus entes queridos. “Aqui estão familiares que não veem o filho, o irmão, o tio, o primo, o marido há anos… venezuelanos submetidos ao esquema de desaparecimento forçado.”
“Já não se trata apenas dos 943 presos políticos, entre os quais cidadãos de origem espanhola”, continuou. “Temos um país fragmentado, nove milhões de pessoas no exterior, milhões de venezuelanos”, denunciou, “sofrendo em casa com uma crise de fome, um colapso econômico, um processo de estagflação, porque temos uma inflação de 200%, a mais alta do mundo.”
Segundo Merchán, todos os “presos políticos” atualmente “são nossos irmãos”, disse ele à EFE. Ele também afirmou que os presos “não receberam visitas de suas famílias durante todo o período em que estiveram detidos”, o que viola seus direitos.
Ele acrescentou que não são apenas os presos que sofrem as consequências, mas também suas famílias, que são perseguidas pelo regime de Nicolás Maduro. Ele afirmou que “mais de 18 mil famílias estão sendo perseguidas por eles. As famílias de presos políticos também sofrem as consequências”.
Mas eles não perdem a esperança. “O importante é não esquecer, pois o que mais prejudica os prisioneiros é o esquecimento”, acrescentou Merchán. E Ledezma enviou uma mensagem de perseverança: “Há motivos para continuar lutando, a opção nunca será desistir”.