Questionado em uma entrevista à Fox News se os palestinos poderiam retornar à Faixa de Gaza, Donald Trump respondeu: “Não, eles não retornariam porque terão moradias muito melhores. Em outras palavras, estou falando sobre construir um lugar permanente para eles.”
Washington, 10 fev (EFE) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que, com seu plano para a Faixa de Gaza, os palestinos deslocados para outros países não teriam o direito de retornar ao enclave.
Trump fez essas declarações em uma entrevista à Fox News, que será transmitida na segunda-feira às 18h, horário local, da qual alguns trechos já foram adiantados.
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Questionado se os palestinos poderiam retornar à Faixa de Gaza, Trump respondeu: “Não, eles não retornariam porque teriam moradias muito melhores. Em outras palavras, estou falando sobre construir um lugar permanente para eles.”
O presidente também se mostrou otimista quanto a chegar a um “acordo” com a Jordânia e o Egito para aceitar os moradores de Gaza expulsos, uma ideia que ele tem insistido nos últimos dias e que foi categoricamente rejeitada por ambos os países, assim como pelos Emirados Árabes Unidos, Catar, Arábia Saudita, Autoridade Palestina e Liga Árabe.
“Eu cuidaria disso (Gaza). Pense nela como um empreendimento imobiliário para o futuro. Seria um belo pedaço de terra”, disse ele sobre a Faixa de Gaza.
🇺🇸 | URGENTE: El presidente de Estados Unidos, Donald Trump, dice en una entrevista televisiva que los palestinos no tendrían derecho a regresar a Gaza según su plan para que Estados Unidos tome el control del territorio.
— Alerta News 24 (@AlertaNews24) February 10, 2025
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Os comentários de Trump foram feitos em meio a críticas, inclusive de aliados tradicionais dos EUA, e pouco antes de ele receber o rei Abdullah II da Jordânia na Casa Branca na terça-feira.
Trump apresentou seu plano na terça-feira em uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, explicando que ele quer que os EUA “assumam o controle” de Gaza a longo prazo, reconstruam-na e a transformem na nova “Riviera do Oriente Médio” depois de reassentar permanentemente os palestinos em outros países.
O presidente descreveu o projeto como um negócio imobiliário, semelhante aos que o tornaram bilionário, e tentou enquadrá-lo como uma medida humanitária, alegando que não há como alguém querer continuar vivendo no território devastado pela guerra, que ele descreveu como uma “zona de demolição”.
Nessa aparição, ele não descartou o envio de tropas americanas para apoiar a reconstrução e declarou que os EUA farão o que for “necessário” para concluir o projeto.
Nos dias que se seguiram, no entanto, funcionários do governo, incluindo o Secretário de Estado Marco Rubio, qualificaram alguns elementos da proposta, enfatizando que Trump não se comprometeu com o uso de tropas e que qualquer realocação de palestinos seria temporária.
As declarações do presidente Donald Trump divulgadas hoje marcam uma nova reviravolta no plano e reforçam a ideia de que seu plano busca uma mudança permanente na situação em Gaza.
Os palestinos reivindicam a Faixa como parte de um futuro Estado, juntamente com a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, de modo que o deslocamento dos dois milhões de habitantes do enclave e seu desenvolvimento imobiliário pelos EUA significaria o fim do conceito de um Estado palestino como foi concebido até agora.