Trump fez o anúncio em um post em sua rede social Truth Social, no qual reclamou que o regime de Nicolás Maduro não acelerou a deportação de “criminosos violentos” que, segundo ele, Caracas enviou aos Estados Unidos, como havia se “comprometido” a fazer.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira que acabará com as licenças de exportação de petróleo que seu antecessor, Joe Biden, concedeu à Venezuela e explicou que essas concessões, que beneficiaram a petroleira Chevron, deixarão de vigorar a partir de 1º de março.

Trump fez o anúncio por meio de uma mensagem em sua rede social Truth Social, na qual criticou o regime de Nicolás Maduro por não ter acelerado a deportação dos “criminosos violentos” que Caracas, segundo ele, enviou aos Estados Unidos e que deveriam ter sido repatriados “em um ritmo rápido”.

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Em sua publicação, o presidente afirmou que havia decidido revogar as concessões concedidas em novembro de 2022 pelo governo Biden, que permitiram à Chevron aumentar sua produção na Venezuela e exportar petróleo do país sul-americano.

Na época, o governo Biden autorizou as exportações de petróleo na esperança de assegurar garantias para as eleições que a Venezuela realizou em julho do ano passado, nas quais Maduro reivindicou a vitória após cometer fraude eleitoral.

“Estamos revertendo as concessões que o corrupto Joe Biden fez ao venezuelano Nicolás Maduro no acordo de petróleo de 26 de novembro de 2022, bem como aquelas relacionadas às condições eleitorais dentro da Venezuela, que o regime de Maduro não conseguiu cumprir”, anunciou Trump.

O presidente também disse que havia ordenado o fim do acordo “a partir de 1º de março, sem opção de renovação”.

De acordo com os termos da licença atual, concedida pelo governo Biden, a Chevron foi autorizada a operar na Venezuela até o final de julho, de modo que a decisão de Trump antecipa a interrupção da atividade em vários meses.

A saída da Chevron é um revés econômico para a Venezuela, pois a empresa petrolífera norte-americana havia contribuído para o renascimento da produção de petróleo do país caribenho, que em fevereiro deste ano ultrapassou um milhão de barris por dia (bpd) pela primeira vez desde junho de 2019, de acordo com dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

A Chevron é a única grande petrolífera dos EUA que opera na Venezuela. Em parceria com a Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), ela atingiu uma produção de mais de 200 mil barris por dia em 2024, de acordo com dados do Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA (CRS), um órgão analítico independente.

A licença que Biden concedeu à Chevron em 2022 permitiu que a empresa petrolífera expandisse sua gama de produção na Venezuela. No entanto, a empresa decidiu não comprometer mais capital devido à natureza temporária da licença e, nos últimos dois anos, concentrou-se principalmente no reparo de poços e instalações de petróleo.

Na semana passada, Trump já havia dado a entender, em várias declarações à imprensa, sua intenção de revogar a licença que permite à Chevron operar na Venezuela. Durante seus discursos, ele disse que não entendia por que o país sul-americano estava recebendo “bilhões” de dólares da operação.

Com informações da EFE