“Os venezuelanos precisam saber que não estão sozinhos. Continuaremos com nossas ações para conscientizar a comunidade internacional de que a Venezuela deve continuar na agenda coletiva”, afirmou a relatora da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para a Venezuela, Gloria de Mees.
Washington, 6 de agosto (EFE) – Gloria de Mees, relatora da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para a Venezuela, denunciou nesta quarta-feira perante o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) a intensificação da repressão no país sul-americano desde as eleições presidenciais de julho de 2024.
“A situação não é nova, mas agora é sistemática. Ela se intensificou e não afeta apenas defensores dos direitos humanos, jornalistas ou dissidentes; agora afeta a todos, porque há medo de represálias”, explicou Gloria à EFE em entrevista antes de sua aparição.
Ela disse que a “vigilância” que, segundo ela, o regime de Nicolás Maduro está empregando cria “um clima de medo e acaba silenciando” a população. “É o pior impacto que já vimos este ano”, acrescentou.
“Devemos destacar as detenções arbitrárias, os desaparecimentos forçados, a tortura, o tratamento desumano e o cancelamento de passaportes de jornalistas, defensores dos direitos humanos e figuras da oposição, mas também a autocensura generalizada entre a população em geral devido ao medo de represálias”, observou De Mees.
A relatora compareceu perante a OEA para atualizar a situação na Venezuela pouco mais de um ano após a fraude eleitoral perpetrada por Nicolás Maduro em conluio com o CNE. A OEA também afirma que os resultados carecem de verificação oficial e continua a exigir as cédulas de apuração de Caracas após um ano.
🗣️ ATENCIÓN
— ImpactoVenezuela (@ImpactoVE) August 6, 2025
Comisionada Gloria Monique de Mees, Relatora de la @CIDH sobre Venezuela, en la sesión del Consejo Permanente de la OEA: “Reiteramos que el Estado venezolano debe autorizar una visita in situ de la Comisión para ver de cerca la situación”.
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Além disso, a CIDH apela às autoridades venezuelanas para que libertem todos os detidos arbitrariamente, cessem a criminalização de jornalistas, ativistas e outros cidadãos críticos ao regime e façam justiça às 25 pessoas que morreram após as eleições.
Este período também viu duas mudanças importantes para a organização multinacional: o retorno de Donald Trump à Casa Branca e a eleição do surinamês Albert Ramdin como o novo Secretário-Geral da OEA.
No entanto, De Mees sustentou que o papel da Comissão não depende de circunstâncias políticas e que ela deve “permanecer fiel ao seu mandato” em defesa dos direitos humanos.
“Os venezuelanos precisam saber que o povo venezuelano não está sozinho. Continuaremos nossas ações para conscientizar a comunidade internacional de que a Venezuela deve permanecer na agenda coletiva”, concluiu.