Lula, Petro e Boric exploraram o plano de Trump para ganhos internos efêmeros: se passando por justiceiros, corroendo oponentes e unindo bases esquerdistas fragmentadas.
Donald Trump lançou seu polêmico plano de 20 pontos para Gaza: um cessar-fogo imediato em troca da libertação de reféns israelenses, o desmantelamento das capacidades militares do Hamas e a administração temporária da faixa por uma entidade palestina apoiada por países árabes e islâmicos, com mediação egípcia e catariana. Com ceticismo e ainda muita incerteza, o Hamas aceitou elementos-chave, como a troca de prisioneiros e a abertura de negociações no Egito. Na América do Sul, no entanto, líderes como Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gustavo Petro (Colômbia) e Gabriel Boric (Chile) transformaram esse desenvolvimento em uma arma política interna, explorando o conflito para reforçar sua imagem progressista. Suas posições são um exercício de retórica vazia: irrelevante para influenciar Gaza, mas útil para atiçar as forças anti-Israel na região.
Lula, fiel à sua posição anti-Israel, semelhante à do tirano venezuelano Hugo Chávez, comparou no passado os judeus a Adolf Hitler, gerando escândalo no Brasil e alimentando o antissemitismo militante entre seus seguidores. Inicialmente rejeitou o controle dos EUA sobre Gaza, mas, por meio do Itamaraty, aplaudiu os avanços rumo a uma solução de dois Estados. Internamente, tenta tirar proveito disso: num Brasil dominado por uma cismogênese esquerda-direita, se posiciona como mediador global, atraindo a esquerda “anti-imperialista” e desviando a atenção de escândalos de corrupção, como o desvio de recursos dos fundos do INSS. Critica Israel por «genocídio» na ONU, mas seu apoio condicional ao plano trumpista o pinta como realista, ganhando pontos com os moderados. No tabuleiro real, é irrelevante: o Brasil não media no Oriente Médio; suas declarações ecoam apenas nas redes, fortalecendo narrativas pró-Hamas sem mover uma peça.


Petro, o mais incendiário, eleva a aposta ao paroxismo. Chamou Trump de «cúmplice do genocídio» em Gaza, incitou soldados americanos a desobedecer ordens; expulsou diplomatas israelenses e suspendeu o TLC após a detenção de ativistas em uma flotilha “humanitária”. Na ONU, exigiu o fim do «genocídio» e comparou os EUA ao Holocausto. Politicamente, isso é ouro para ele: com seu governo cambaleante por reformas fracassadas e popularidade em 30%, galvaniza sua base chavista e ambientalista, apresentando-se como paladino dos palestinos e desviando o foco da crise interna para um inimigo externo. Sua influência em Gaza, no entanto, é nula: a Colômbia não tem peso diplomático ali; apenas alimenta boicotes simbólicos que beneficiam facções radicais anti-Israel, sem alterar nada no terreno.
Boric, o jovem presidente, segue o roteiro com fervor moral. Na ONU, comparou Gaza ao Holocausto e pediu o julgamento de Netanyahu na CIJ; denunciou o plano de Trump como “desestabilizador” e “uma afronta à dignidade palestina”; e ameaça impor sanções a importações israelenses. No Chile, onde sua coalizão enfrenta protestos por pensões e migração, isso o ergue parcialmente como líder ético, ganhando apoio entre estudantes e a esquerda radical. Internamente, distrai da sua aprovação em queda (35%); globalmente, é fumaça: o Chile, sem alianças estratégicas na região, apenas adiciona ruído aos coros anti-Israel, empoderando grupos que rejeitam concessões a Israel.
Em suma, Lula, Petro e Boric instrumentalizaram o plano de Trump para um ganho interno efêmero: posar como justiceiros, desgastar opositores e unificar bases esquerdistas fragmentadas. Sua irrelevância é evidente: sem influência em Washington, Cairo ou Tel Aviv, servem apenas como megafone para opositores de Israel, prolongando conflitos sem resolver nada em Gaza, nem em seus próprios países. É diplomacia de encenação, não de paz. Num mundo onde Trump dita o ritmo, esses líderes são apenas figurantes num drama alheio.