PHVOX – Análises geopolíticas e Formação
Destaque

Os luxos aberrantes da ditadura cubana: 18 bilhões de dólares debaixo do colchão e comida importada dos EUA

Cuba aumentou em 15% a compra de produtos agrícolas dos EUA no primeiro semestre de 2025, de acordo com o mais recente relatório do Departamento de Agricultura dos EUA. No entanto, esses alimentos importados não chegam às casas cubanas, pois ficam nas mesas da elite da ditadura e dos altos comandos militares, que, por meio da GAESA, ocultam uma fortuna de US$18 bilhões, de acordo com documentos revelados pelo Miami Herald.

A narrativa antiamericana que culpa o suposto bloqueio e as sanções de Washington pela miséria que os cubanos vivem hoje não se sustenta mais. Aos números do comércio exterior que há anos demonstram que a ilha compra produtos importados, inclusive dos Estados Unidos, somam-se agora documentos que revelam como a liderança da ditadura militar esconde uma enorme riqueza estimada em US$ 18 bilhões para viver em meio a luxos extravagantes, enquanto a população cubana é vítima de um colapso generalizado que resulta em escassez de alimentos e medicamentos, apagões constantes e, claro, a brutal repressão, perseguição e prisão sofrida por qualquer um que ouse protestar. Enquanto isso, as importações de alimentos do tão demonizado império norte-americano continuam a aumentar, sem que nada chegue aos pratos das famílias que estão no centro de uma das mais graves crises humanitárias que Cuba já enfrentou sob o desastroso sistema comunista instaurado há mais de seis décadas.

Cuba comprou um total de US$ 241 milhões em produtos agrícolas dos Estados Unidos no primeiro semestre de 2025, o que representa um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o valor foi de US$ 209 milhões, de acordo com o relatório mais recente do Departamento de Agricultura dos EUA. Entre os alimentos que apresentaram maior aumento estão arroz (781%), queijos e coalhada (265%), leite evaporado e condensado (243%), carne suína (133%) e sucos de frutas (128%), entre outros. Para confirmar o aumento progressivo das importações de alimentos dos Estados Unidos, basta revisar os números dos anos anteriores. Em 2021, US$ 299 milhões foram destinados a esse fim; um valor que subiu para US$ 320 milhões em 2022, passando para US$ 337 milhões em 2023 e atingindo US$ 432 milhões no final de 2024.

A fortuna escondida através do GAESA

Diante dessa situação, surge uma pergunta válida: para onde vai toda essa comida importada dos EUA? A resposta é simples: se não chega aos lares cubanos, que recebem apenas 60 gramas de pão a cada dois dias , segundo a última cota estabelecida no livro de racionamento, todo esse arroz, queijo, carne de porco, leite e sucos são servidos nas mesas da elite da ditadura, que acumulou uma fortuna de US$ 18 bilhões por meio do Grupo de Administração de Empresas SA (GAESA), que controla dezenas de empresas estatais administradas pelas Forças Armadas Revolucionárias, segundo documentos secretos revelados com exclusividade pelo Miami Herald na quarta-feira.

Trata-se de 22 planilhas internas que detalham os balanços, declarações de renda, estoques e relatórios de lucros de 25 empresas do conglomerado para o período de março a agosto de 2024. Elas permitem, pela primeira vez, avaliar o verdadeiro alcance da GAESA na economia cubana. O veículo de comunicação americano destaca que o valor mencionado, correspondente aos ativos circulantes, é superior às reservas internacionais de países como Costa Rica, Panamá ou Uruguai. De acordo com o relatório, o conglomerado administrado pela liderança militar gerou US$ 2,1 bilhões em lucros líquidos somente no primeiro trimestre de 2024, sendo a Cimex a principal empresa, que administra negócios de varejo, bancários e comércio internacional, e contribuiu com metade dos lucros. A GAESA também controla tudo relacionado ao turismo, postos de gasolina, casas de câmbio e a entrada de remessas para a ilha.

Evidência de gestão opaca

Como se poderia dizer coloquialmente, esse dinheiro está praticamente escondido debaixo do colchão, devido à opacidade com que esses recursos são geridos pela GAESA, cuja figura pública é, em teoria, a Brigadeiro-General Ania Guillermina Lastres Morera. No entanto, na prática, o conglomerado está intimamente ligado ao Partido Comunista, sob a direção de Raúl Castro. Dos US$ 18 bilhões mencionados, US$ 14,5 bilhões foram depositados em contas bancárias ou em instituições financeiras próprias, sem prestar contas a nenhuma instituição — embora todas estejam sob o controle da ditadura —, sem pagar impostos sobre lucros ou vendas em dólares e contribuindo com menos de 1% da receita declarada para o orçamento nacional.

A manipulação discreta desses recursos é tão extensa que a Controladora-Geral, Gladys Bejerano, foi demitida após admitir publicamente que não poderia auditar a GAESA por estar fora de sua jurisdição. De fato, documentos obtidos pelo Miami Herald revelam pela primeira vez a existência de uma entidade tributária chamada Escritório de Administração Tributária das Forças Armadas Revolucionárias (OATFAR), que audita exclusivamente o capital e os lucros da GAESA, estimados em 40% do Produto Interno Bruto (PIB) cubano.

Dessa forma, a liderança da ditadura cubana e seus altos oficiais militares escondem uma enorme riqueza que permite a poucos desfrutar de uma vida de luxo, incluindo alimentos importados dos EUA, como também ficou evidente no ano passado com um aumento de 2.199% na compra de peru para o Dia de Ação de Graças. Enquanto isso, a maioria dos lares cubanos sofre com a escassez dos alimentos mais básicos, que o regime fornece de forma muito limitada por meio do aberrante cartão de racionamento.

Pode lhe interessar

Como a geopolítica trata o funeral do papa que profetizou “a Terceira Guerra Mundial em partes”

PanAm Post
23 de abril de 2025

Da mentalidade abortista e seus tentáculos subculturais

Daniel Ferraz
12 de julho de 2022

O jovem Rothbard: um economista neoclássico desconfortável

PanAm Post
4 de julho de 2025
Sair da versão mobile