A saída da Chevron é um revés econômico para a Venezuela, pois a empresa petrolífera norte-americana havia contribuído para o renascimento da produção de petróleo venezuelana, que em fevereiro deste ano ultrapassou um milhão de barris por dia (bpd) pela primeira vez desde junho de 2019, de acordo com dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Washington, 4 mar (EFE) – O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira que cancelou a licença que permitia à petroleira norte-americana Chevron operar na Venezuela e informou que tem um mês, até 3 de abril, para encerrar suas operações no país sul-americano.
A Chevron terá apenas um mês, em vez do período usual de seis meses normalmente concedido em tais casos, para interromper as operações na Venezuela, de acordo com uma atualização da licença dos EUA concedida à empresa em 2022, que foi divulgada na terça-feira pelo Departamento do Tesouro.
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No final de fevereiro, Trump já havia anunciado que acabaria com as licenças de exportação de petróleo da Venezuela, criticando o “regime” de Nicolás Maduro por não conseguir acelerar as deportações de migrantes sem documentos nos EUA no “ritmo rápido” que Washington esperava.
A Chevron estava operando na Venezuela graças a uma licença que o governo de Joe Biden (2021-2025) concedeu à empresa em novembro de 2022 para permitir que ela aumentasse a produção na Venezuela.
Naquela época, o governo Biden autorizou as exportações de petróleo na esperança de obter garantias para as eleições que a Venezuela realizou em julho do ano passado, nas quais Maduro foi proclamado vencedor, embora muitos países – incluindo os Estados Unidos – considerem Edmundo González Urrutia, da oposição, o vencedor.
De acordo com os termos da licença atual, concedida pelo governo Biden, a Chevron foi autorizada a operar na Venezuela até o final de julho, de modo que a decisão anunciada na terça-feira pelo governo Trump antecipará a cessação da atividade em quase quatro meses.
A saída da Chevron é um revés econômico para a Venezuela, pois a petrolífera norte-americana havia contribuído para o renascimento da produção de petróleo venezuelana, que em fevereiro deste ano ultrapassou um milhão de barris por dia (bpd) pela primeira vez desde junho de 2019, de acordo com dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
A Chevron é a única grande petrolífera dos EUA que opera na Venezuela.
Em parceria com a Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), atingiu a produção de mais de 200.000 barris por dia em 2024, de acordo com dados do Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA (CRS), um órgão analítico independente.
A revogação da licença segue a intensa pressão dos legisladores republicanos da Flórida, um estado com uma grande comunidade venezuelana, que nas últimas semanas insistiram que a permissão concedida à Chevron estava beneficiando Maduro economicamente, servindo como uma fonte importante de financiamento em dólares para seu governo.