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Oposição venezuelana rejeita apelo para “votar às cegas” em nova farsa eleitoral

“Essa convocação precipitada, injusta e falha, longe de contribuir para superar o drama venezuelano, o agrava e aprofunda”, adverte a Plataforma Unitária em uma declaração na qual acrescenta que convocar a votação sem publicar os resultados da eleição presidencial de 28 de julho é ‘zombar do povo venezuelano’.

A oposição venezuelana, agrupada na Plataforma Democrática Unitária (PUD), rejeitou nesta quarta-feira o apelo ao “voto às cegas” promovido por “alguns setores” que se autodenominam oposição em preparação para as eleições legislativas e regionais programadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da ditadura para 25 de maio, sem ter ainda publicado os resultados totais das eleições presidenciais de 28 de julho. Nicolás Maduro declarou-se fraudulentamente vencedor sem divulgar os votos por estado, sem contagens ou auditorias.

Em um comunicado , a oposição descreveu a eleição de maio como “precipitada, injusta e falha”, pois “longe de ajudar a superar a tragédia venezuelana, ela a piora e aprofunda”.

“Este processo está sendo convocado por um árbitro severamente criticado, tanto nacional quanto internacionalmente, em um contexto de repressão e perseguição contra líderes políticos e cidadãos”, afirmou o PUD, referindo-se ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que ainda não publicou os resultados detalhados das eleições presidenciais, conforme estabelecido em seu próprio calendário.

Por isso, a oposição venezuelana acrescentou que “a absoluta falta de garantias eleitorais e políticas torna impossível” participar da farsa eleitoral de maio.

Para o bloco opositor, “não se trata de render-se ou adaptar-se ao jogo de poder, mas de honrar o mandato recebido e continuar lutando por meios cívicos, pacíficos e constitucionais até que uma solução democrática seja construída” na Venezuela, já que a convocação para uma manifestação em 25 de maio é “uma zombaria” ao povo venezuelano.

Na segunda-feira, a ditadura de Nicolás Maduro anunciou seus candidatos para as eleições regionais, incluindo Adán Chávez, irmão do falecido ditador Hugo Chávez, que buscará o governo do estado de Barinas, e Neil Villamizar para Essequibo, um território de cerca de 160.000 quilômetros quadrados que a Venezuela disputa com a Guiana e o incluiu nesta ocasião para uma eleição puramente simbólica, já que a área disputada permanece sob administração de fato da Guiana.

Essa nova farsa eleitoral é rejeitada pelos principais líderes da oposição, tanto o presidente eleito Edmundo González Urrutia quanto María Corina Machado, que venceu as primárias de 2022 para se tornar a candidata unificada, mas foi ilegalmente desqualificada.

González Urrutia, que está exilado desde setembro passado, afirmou que a oposição não participará de “eleições falsas” e alertou que “eleições legítimas só ocorrerão quando sua vitória na eleição presidencial for respeitada”.

Apesar dessa posição, partidos de oposição que integram a Plataforma Unitária, como Un Nuevo Tiempo (UNT) e Movimiento Por Venezuela (MPV), têm exigido participação nessas eleições, assim como o ex-governador Henrique Capriles, que recentemente afirmou que a “abstenção” fez com que os movimentos anti-Chávez “regredissem” e se distanciassem da “mudança política”, deixando de lado a exigência de que os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho fossem respeitados.

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