Depois de afirmar que o Canal do Panamá “é 100% panamenho” e rejeitar a versão do presidente dos EUA sobre a influência de Pequim, o governo de Mulino agora concorda em cortar um de seus principais laços com o gigante asiático.
Parece que a reunião com o Secretário de Estado, Marco Rubio, conseguiu assustar o governo panamenho de José Raúl Molino, pois ele anunciou que não renovará o Memorando de Entendimento pelo qual o país centro-americano aderiu à Iniciativa Cinturão e Rota, assinado em 2017. Nas palavras de Molino, eles até estudarão a possibilidade de cancelá-lo prematuramente.
“Vamos estudar a possibilidade de rescindi-lo antecipadamente ou não. Acho que ele deve ser renovado em um ou dois anos”, disse Mulino à imprensa após a reunião com o mais alto representante da diplomacia do governo de Donald Trump. Em outras palavras, depois de dizer que o Canal do Panamá “é 100% panamenho” e rejeitar a versão do presidente dos EUA sobre a influência de Pequim nesse importante ponto marítimo, agora o governo desse país concorda em cortar um de seus principais laços com o gigante asiático.
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O tratado com a China que Mulino decidiu cancelar oficialmente abrangia projetos que iam desde infraestrutura até conectividade marítima. No entanto, muito tem sido dito sobre a Rota da Seda como um plano para ganhar cada vez mais influência nos países em desenvolvimento que necessitam de investimentos multimilionários. O resultado é que o país em questão acaba endividado e dependente do regime comunista de Xi Jinping. O atual governo Trump, ciente disso, denunciou o que estava acontecendo no Canal do Panamá.
🇵🇦🇺🇸 | Luego de la reunión con el secretario de Estado de Estados Unidos, Marco Rubio, el presidente de Panamá, José Raúl Molino, informó que su gobierno no renovará el memorando de entendimiento sobre la "Ruta de la Seda" firmado con China.
— PanAm Post Español (@PanAmPost_es) February 2, 2025
👉 "Vamos a estudiar la posibilidad… pic.twitter.com/mxGjyHzjpl
Trump alertou contra medidas pró-China
Trump foi claro quando se referiu à crescente influência da China sobre o Panamá, especialmente sobre o Canal, pelo qual passam cerca de 12.000 navios por ano com carga transportada para mais de 160 países. A presença do tentáculo chinês é tão evidente que uma quarta ponte sobre o Canal está sendo construída por uma empresa do gigante asiático. Há alguns dias, o presidente dos EUA chegou a divulgar como os outdoors em língua chinesa na área estavam sendo removidos “em grande velocidade”.
Mas o governo Mulino continuou a insistir na soberania do canal, enquanto anunciava uma auditoria duvidosa e apressada da Panama Ports Company (PPC), uma subsidiária da Hutchison Ports Holdings da China. Conforme explicado em uma análise recente
do PanAm Post, se há algo que esses e outros precedentes entre os dois países – como o rompimento das relações com Taiwan – deixam para trás, é a certeza de que o regime comunista chinês não é apenas um mero cliente do Canal, mas um parceiro cada vez mais próximo e envolvido nos projetos panamenhos.