A organização detalhou, nas redes sociais, que dos menores recrutados no ano passado, 323 eram meninos e 210 meninas, e mais da metade do total (267) eram indígenas.
Bogotá, 8 de abril (EFE) – Pelo menos 533 menores foram recrutados à força na Colômbia em 2024, a maioria deles indígenas, principalmente pelas FARC, informou a Defensoria do Povo na terça-feira.
A organização detalhou, nas redes sociais, que dos menores recrutados no ano passado, 323 eram meninos e 210 meninas, e mais da metade do total (267) eram indígenas.
Os registos do Gabinete do Provedor de Justiça mostram que 157 dos menores recrutados à força não se identificam como membros de qualquer grupo étnico; não há informações sobre outros 77, e 32 são afro-colombianos.
Por outro lado, o maior recrutador de crianças e adolescentes é o Estado-Maior Central (EMC) , a maior célula das FARC, com 202 casos; Outros dissidentes desse grupo guerrilheiro alistaram 180 menores, e grupos não identificados recrutaram 93 crianças.
O grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) foi responsável por 16 casos, os dissidentes das FARC Segunda Marquetalia por 15 e o grupo narcoparamilitar Clã do Golfo por 14, enquanto o crime organizado é responsável por seis, entre outros, acrescentou o relatório.
Analisando mês a mês, a Defensoria Pública informou que janeiro, com 77 casos, e março, com 68, foram os dois períodos com maior número de aliciamento forçado de menores.


Em contrapartida, setembro foi o mês com menor incidência, com 18 casos.
A organização de direitos humanos detalhou que 359 casos ocorreram no problemático departamento de Cauca (sudoeste), enquanto 25 foram registrados em Antioquia e Norte de Santander cada.
“Cauca continua sendo o departamento com o maior número de casos, e a subnotificação é preocupante, pois muitos casos não são notificados por medo. É urgente fortalecer ambientes, escolas e comunidades de proteção para prevenir essa violação do DIH (Direito Internacional Humanitário)”, afirmou a Defensoria Pública.
Neste contexto, a organização afirmou que “são necessários canais de denúncia mais seguros e eficazes que permitam às vítimas denunciar com segurança, garantindo que as autoridades investiguem e processem os responsáveis por este flagelo, que afeta particularmente as populações vulneráveis”.
Enquanto isso, no Vale do Cauca e no Putumayo (fronteira com Equador e Peru) houve 21 casos cada; em Arauca, 11; e em Vaupés, 9.
Sobre o recrutamento forçado de menores, a Ouvidoria informou que foram registrados 13 casos entre janeiro e março deste ano, nove deles envolvendo meninas indígenas.