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O Brasil pode estar caminhando para um possível “desmantelamento” de seu exército

O Tribunal Federal determinou que os colégios militares devem ceder 60% de suas vagas para alunos com deficiência, quilombolas e alunos de instituições públicas, classificados como negros, indígenas e mestiços. Que implicações isso terá para o país? Javier Bonilla, colunista de revistas estrangeiras de defesa e aviação, fornece as respostas nesta entrevista ao PanAm Post.

O Brasil, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, adota a ideologia da raça em suas fileiras militares. Isso se deve a uma decisão da Justiça Federal – após uma ação civil do Ministério Público Federal (MPF) – segundo a qual os colégios militares devem ceder 60% de suas vagas a alunos com deficiência, quilombolas (tataranetos de escravos negros fugidos), além de jovens que tenham concluído o ensino fundamental em escolas públicas. Esse último grupo deve incluir vagas destinadas a negros, indígenas e mestiços.

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Quais são as implicações para o Brasil? As respostas não são positivas, pois a meritocracia está sendo deixada de lado em favor da romantização do serviço militar com base na cor da pele ou na condição social. “A autopercepção como negro, afro, mestiço ou sambo (…) é suficiente para iniciar o processo (…) Isso servirá para degradar o funcionamento das forças armadas”, explica Javier Bonilla, colunista de revistas estrangeiras de defesa e aviação, nesta entrevista ao PanAm Post.

“Há pessoas de origem afro nas Forças Armadas brasileiras e elas são excelentes. Há mulheres almirantes (…) O exército brasileiro não precisa desses corretivos, nem dessas sugestões. Entre as forças armadas da América do Sul, é uma das mais permeáveis”, diz o autor do artigo La Justicia brasileña impone la ley de cuotas a las Fuerzas Armadas, publicado no site defensa.com.

“Institucionalidade no Brasil está em dúvida”

É inevitável que surjam paralelos entre a situação das Forças Armadas do Brasil e o que aconteceu com as Forças Armadas dos Estados Unidos durante a administração passada de Joe Biden. A ideologia woke se infiltrou a tal ponto que acabou sendo descrita como “fraca” em um relatório da The Heritage Foundation por motivos como “prioridades mal definidas” ou “disciplina extremamente pobre na execução do programa”. Além disso, em 2022, os EUA terão 15.000 soldados aquém de sua meta de 60.000 novos recrutas.

Mas obrigar as escolas militares do Brasil a cumprir a Lei de Cotas está cercado por um contexto mais hostil, que vai desde a Justiça Federal, passando pelo Ministério Público, até a Polícia. “A institucionalidade no Brasil está em questão. Mas as forças armadas também estão sob ataque orçamentário. Elas recebem um orçamento anual fictício e depois estão sujeitas a contingenciamentos e aposentadorias ao longo do ano”, acrescenta Bonilla.

Tudo isso, de acordo com o especialista em cobertura militar, nada mais é do que “uma política de introdução de questões sexuais e étnicas na Aeronáutica e na Marinha do Brasil para usar o vitimismo e o igualitarismo barato para conquistar pessoas que hoje, de repente, nem pensam em ser militares”. Em outras palavras, “a não ser que os juízes que têm que julgar essa decisão (a Lei de Cotas) em segunda instância sejam mais responsáveis, estamos caminhando para uma intenção de desmantelar as forças armadas e a polícia”, explica.

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