O primeiro-ministro israelense explicou que, posteriormente, será realizada uma terceira fase que consistirá em desradicalizar Gaza, “algo que também se acreditava impossível, mas que foi alcançado na Alemanha e no Japão”.
Jerusalém, 7 de dezembro (EFE) – O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo que a segunda fase do plano de “paz” para Gaza, patrocinado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, é iminente e consistirá no “desarmamento do Hamas e na desmilitarização” do enclave palestino.
“A primeira fase está quase concluída. A segunda é iminente e será difícil, ainda mais difícil. Representará um desafio não menos assustador: o desarmamento do Hamas e a desmilitarização de Gaza”, declarou o presidente durante sua coletiva de imprensa conjunta com o chanceler alemão Friedrich Merz.
Após essa segunda fase, acrescentou Netanyahu, haverá uma “terceira fase, que consistirá na desradicalização de Gaza, algo que também era considerado impossível, mas que foi alcançado na Alemanha e no Japão”.
O chanceler alemão expressou a postura “cautelosa” e “esperançosa” da Alemanha em relação a uma possível paz duradoura em Gaza e enfatizou a necessidade de evitar decisões precipitadas antes que a segunda e a terceira fases tenham ocorrido.
Em seu discurso de abertura, Netanyahu elogiou a posição da Alemanha em relação a Israel, apesar do fato de que a relação diplomática entre os dois países havia se deteriorado nos últimos meses devido à ofensiva em Gaza, e descreveu a nação europeia como “comprometida com a defesa de Israel em suas diversas formas”.
“Oitenta anos após o Holocausto, Israel está agora defendendo a Alemanha”, enfatizou o primeiro-ministro israelense.
O ministro das Relações Exteriores, por sua vez, declarou que seu país não imporá sanções nem realizará qualquer tipo de boicote contra Israel, afirmando que “não temos interesse em prejudicar a cooperação econômica e científica” com o país.
“Prestar contas”
No entanto, Merz declarou que Israel deve “ser responsabilizado perante o direito internacional por suas ações militares”, insistindo também em lembrar a todos “quem iniciou a agressão: o grupo terrorista Hamas, que simplesmente não se importa com a vida humana ou com o direito internacional”.
Questionado sobre uma possível viagem diplomática de Netanyahu à Alemanha, o chanceler afirmou que essa opção não foi discutida durante sua visita atual.
O líder israelense, por sua vez, brincou com os jornalistas e afirmou que o motivo era o mandado de prisão internacional emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
“O TPI precisa corrigir muitos erros, e um deles é se livrar dessas acusações ridículas”, disse Netanyahu.
A visita do chanceler Merz a Israel começou neste sábado com uma reunião com o presidente israelense Isaac Herzog, após a qual ele também assegurou que a Alemanha está ao lado de Israel, um país que “tem o direito de se defender e de existir”.
As relações entre Israel e a Alemanha ficaram tensas, em parte devido à pressão de um setor da sociedade alemã para romper os laços por causa da ofensiva em Gaza, que deixou mais de 70.000 mortos, quando, em agosto, o país europeu impôs restrições às exportações de armas para Israel.
No entanto, após a entrada em vigor do cessar-fogo em outubro passado na Faixa Palestina, a Alemanha decidiu, na prática, suspender essas medidas.
