O presidente argentino aceitou o desafio e disse que seu país pretende ser o primeiro a avançar com a reciprocidade que Trump pede.

Mais uma vez, o presidente argentino Javier Milei revolucionou outro palco internacional com sua presença. Desta vez, foi em Maryland, na conferência CPAC, onde ele garantiu que deseja que seu país avance em direção a um acordo de livre comércio e um acordo de “tarifa 0%” com os Estados Unidos.

“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para anunciar que a Argentina quer ser o primeiro país do mundo a aderir a esse acordo de reciprocidade que o governo Trump está pedindo em termos de comércio”, disse o presidente argentino. Suas palavras foram aplaudidas de pé pelo auditório lotado.

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Vale lembrar que seu colega norte-americano disse que seu país não terá um déficit comercial com seus parceiros e que os EUA imporão as mesmas tarifas que outros países impõem a seus produtos em termos de comércio.

“Somente trabalhando juntos é que aqueles de nós que querem um mundo livre poderão sair do pesadelo do Estado onipresente”, disse Milei sobre a eventual nova relação entre os Estados Unidos e a Argentina.

Por enquanto, para os analistas, a eventual relação comercial entre os dois países é um mistério. Enquanto Trump usa as tarifas como arma comercial (algumas já estão impactando o país, como no setor siderúrgico), outros apontam que o bom relacionamento entre os presidentes pode ser decisivo para uma parceria mutuamente benéfica sem precedentes.

“A tarefa que temos pela frente não é para os políticos tradicionais que viveram do sistema a vida toda. É para pessoas que não devem nada a ninguém, que não estão comprometidas com os vícios do sistema e que acreditam que a mudança é mais importante do que o poder pelo poder”, enfatizou o libertário.

Como é sabido, a Argentina tem as restrições de ser membro do Mercosul. Milei se referiu a essa situação e disse que, se não fosse por essa questão, a Argentina e os Estados Unidos já estariam avançando com um TLC. Em várias ocasiões, o libertário disse que, se o bloco regional não se abrir ou não autorizar seus membros a firmar novos acordos unilaterais com outros países e blocos, a Argentina deixará o Mercosul.

“A única maneira racional de avançar é reduzir o Estado ao seu menor tamanho possível. Reduzir o tamanho do Estado é, por si só, um ato de justiça, porque cada despesa do Estado é uma extração do contribuinte. O único estado aceitável é o menor estado possível, para devolver ao cidadão o que é dele”, alertou o presidente.