Desde 03 de Novembro de 2020 o tema que mais cresceu em meio aos brasileiros foi o poder das Big Techs e o que farão para barrar tudo isso. Em meio diversas ações em alguns países, o discurso de um líder mundial chamou a atenção: Vladimir Putin, o ex-agente da KGB – não existe ex-agente da KGB – e atual Presidente da Federação Russa.
Putin condenou com firmeza as ações de tais empresas, atacou os grandes bilionários e garantiu que em seu país não conseguiriam repetir o mesmo que fizeram com Donald Trump. Isso foi suficiente para que paixões desenfreadas brotasse nos corações incautos e que Putin virasse o mais novo “conservador do pedaço”, um “grande líder”, o homem que vai “salvar o ocidente”.
Mesmo os mais comedidos começaram a defender uma “aliança estratégica” com a Rússia, mesmo sabendo-se lá o que isso quer dizer ou como poderia ser feito, mas lembre-se o que importa é o sentimento que as palavras causaram em você, não o que realmente elas significam.
Porém, o que me chama a atenção é como os brasileiros possuem uma memória curta de tudo que Vladimir Putin fez nos últimos 20 anos à frente da federação Russa. Mas para relembrar e quebrar corações apaixonados, vale lembrar algumas ações do Presidente Russo em nosso continente, a América do Sul, nos últimos anos.
A aproximação da Venezuela com a Turquia
Putin é um dos grandes responsáveis pela manutenção de Nicolás Maduro à frente da Venezuela e vamos tratar bastante disto. Em 2018 Nicolás Maduro foi filmado fumando charuto e esbanjando com muita carne e chefs internacionais, o que gerou revolta no mundo todo, pois em seu país as pessoas passam fome e comem até lixo.
O que poucas pessoas sabem é que Maduro estava na Turquia ao que tudo indica negociando “contratos” com Recep Tayyip Erdoğan para que a Turquia operasse navios petroleiros na Venezuela e fizesse parte da extração de ouro pela Turkish Airlines, encontro este intermediado por Putin em seu breve período de entendimento geopolítico com o presidente da Turquia.
Juan Guaidó e o pagamento a peso de ouro
Quando Juan Guaidó recebeu apoio internacional de diversos países, uma das poucas potências do mundo que continuou apoiando o regime de Maduro foi a Rússia de Putin. Porém mais do que apoio diplomático, Putin também vendeu serviços de segurança privado do Wagner Group (exército de mercenários formado em sua maioria por ex-militares russos).
Meses depois foi a vez de autoridades oficiais da Rússia visitarem a Venezuela e ainda promoverem exercícios militares e venda de armas para o regime comunista bolivariano do Foro de SP.
Manchas de petróleo e a pirataria em alto mar
Caro leitor, lembra-se das manchas de petróleo na costa brasileira?
Irã, o operador secundário
Outro país que opera dentro da Venezuela e muitas vezes sob a tutela do regime de Putin é o Irã. Que possui um relacionamento de longa data com o Regime Chavista, muito bem descrito pelo excelente Leonardo Coutinho em seu livro “Hugo Chavez o espectro”.
Todavia, quando o Presidente Donald Trump elevou o tom contra Maduro e enviou uma frota da marinha americana para patrulhar o Caribe em operação anti-drogas e pirataria do Cartel de los soles – consultar também o livro de Coutinho – Putin precisava se afastar dos holofotes e a operação petroleira começou a tocada pelo regime iraniano, o que gerou inclusive conflitos diplomáticos com os EUA.
Exército privativo de Putin faz segurança das minas de Ouro
O Wagner Group ainda é responsável por patrulhar e fazer a segurança das minas de ouro no estado de Bolívar, no Sul da Venezuela, muitas vezes este ouro era extraído com a Turquia como ponte e a Turkish airlines operando o transporte, como dito anteriormente:
Putin e a sua visão do globalismo
Em seu discurso no Fórum econômico mundial 2021, Putin declara estar amplamente favorável as ideias globalistas e ainda alerta: Só precisamos tomar cuidado para não nos engolirmos (revolucionários) em meio ao processo. Veja abaixo uma análise completa do discurso de Putin realizada por José Carlos Sepúlveda e Paulo Henrique Araujo:
Conclusão
Vladimir Putin não é conservador e não defende as liberdades ocidentais, defende e apoia regimes totalitários no mundo todo, como Cuba, Síria, Coréia do Norte e muitos outros.
Espero que somente com esta rápida e curta amostra grátis do Putinismo, muitos deixem de ilusões por aparências e entendam de uma vez por todas que não existe ex-agente da KGB e nem santo na geopolítica.
Geopolítica NÃO É linear e Putin não é conservador.
Vladimir Putin está implementando o pensamento da filosofia Eurasiana de Alexander Dugin, para quem deseja se aprofundar ainda mais sobre este tema recomendo o debate do Professor Olavo de Carvalho com Dugin no livro “EUA e a nova ordem mundial”.