Os contratos imobiliários dos ministérios do governo Boric mostram um gasto de pelo menos 88.000 dólares por mês em escritórios para novos funcionários públicos.
Um milhão de dólares por ano é gasto pelo governo do presidente chileno Gabriel Boric para pagar o aluguel de escritórios adicionais para os ministérios, que recebem constantemente um fluxo de funcionários públicos contratados durante sua administração.
Uma análise da seção “Contratos Imobiliários” das pastas do Executivo realizada pelo El Líbero mostra que os mais de 18.000 metros quadrados do Palácio de la Moneda eram insuficientes para a folha de pagamento do presidente, considerando que ele assinou 12 contratos de escritório que exigem um gasto de pelo menos US$ 88.000 por mês para abrigar funcionários de agências, programas ou comissões relacionadas aos escritórios ferroviários.


Eles estão em condições ótimas? É difícil saber quando o tamanho dos escritórios para alugar é um mistério. Das dezenas de contratos de locação assinados, apenas quatro especificam as dimensões do espaço, que oferecem 2.564 metros quadrados de infraestrutura ao Poder Executivo.
Entretanto, com os dados disponíveis, é possível calcular que o custo médio por metro quadrado pago pelo Poder Executivo é de 15 dólares, já que o número de servidores públicos sob seu comando passou de 15.945 trabalhadores para 38.472, chegando a um total de 479.986, número que representa um aumento de 8,7% entre março de 2022 e setembro do ano passado.
Escritórios para aliados
Os novos espaços para abrigar os funcionários contratados por Boric pertencem à Secretaria-Geral da Presidência (Segpres), órgão que mantém dois escritórios alternativos para aluguel. A Secretaria Geral do Governo (Segegob) tem o mesmo número de escritórios, enquanto os Ministérios do Interior, Finanças, Desenvolvimento Social, Educação, Saúde, Energia, Patrimônio Nacional e Ciência operam com um escritório além de seus departamentos oficiais.
De acordo com o meio de comunicação que analisou os gastos das 24 pastas que compõem o governo de 2022 a 2025, um dos dois contratos da Secretaria Geral da Presidência foi celebrado para instalar a equipe do programa “Buen Vivir” no escritório 1401 do edifício localizado na rua Nueva York, 9, de julho de 2023 a 31 de dezembro de 2025, mas ambas as partes concordaram em renová-lo pelo mesmo período, por um aluguel mensal de 4.461.893 pesos por mês, equivalente a 4.800 dólares.
No entanto, o prazo do segundo contrato de aluguel vai além disso. O Executivo autorizou o desembolso de 16.000 dólares pelo escritório 400 no Edifício Plaza Constitución, localizado na Morandé nº 115, até 2033, alegando que “a Divisão de Administração Geral e outras que compõem este ministério estão atualmente localizadas em locais diferentes, o que afeta a devida coordenação necessária para suas funções, tornando imperativo ter um espaço comum para abrigar seus escritórios”.
Por cinco mil dólares, a Comissão Consultiva Nacional de Avaliação e Produtividade, encarregada de assessorar Boric em questões de políticas públicas, tem um escritório no edifício localizado na Hermanos Amunátegui 232 e, por outros três mil dólares, a Unidade de Assuntos Indígenas funciona em La Moneda.
Exército com excessos
Além do poder executivo, o exército chileno também está sendo examinado pela Controladoria Geral da União por irregularidades contábeis. De acordo com a BioBio, uma investigação em andamento desde setembro de 2024, registrada sob o número 303/2024, detectou mais de sete milhões de dólares em pagamentos indevidos a oficiais e ex-oficiais, dos quais quase 71% ainda não foram recuperados.
Entre as descobertas mais críticas estão a falta de registros contábeis precisos, notificações tardias aos devedores e a existência de 131 pessoas falecidas que ainda constam como devedoras. A auditoria mostra que as irregularidades violam as regras de eficiência e controle estabelecidas na Lei Orgânica Constitucional de Bases Gerais da Administração do Estado (18.575) e no Estatuto do Pessoal das Forças Armadas (DFL 1 de 1997), pois os funcionários com dívidas selecionam a opção “Dedução de Remuneração” sem efetuar os pagamentos.