“A aeronave foi reclassificada como hostil e foi disparado um tiro de detenção, com o objetivo de impedir a continuação do voo”, detalhou a Força Aérea Brasileira sobre a operação realizada no estado de Roraima.
Apesar de o governo brasileiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter questionado o destacamento militar dos Estados Unidos no Caribe contra o narcotráfico, após se reunir com seu homólogo americano Donald Trump na Malásia para – entre outras coisas – buscar um acordo para eliminar sanções e reduzir tarifas, o gigante sul-americano tem preferido cooperar com Washington, a ponto de, nesta quarta-feira, interceptar e disparar contra um avião venezuelano que entrou sem autorização no espaço aéreo brasileiro.
A informação foi divulgada pela Força Aérea Brasileira (FAB), que detalhou em um comunicado à imprensa a operação realizada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) na qual uma pequena aeronave foi interceptada por ter entrado “sem plano de voo e sem contato com os órgãos de controle de tráfego aéreo”, motivo pelo qual foi inicialmente classificada como aeronave “suspeita”, mas posteriormente elevada à categoria de “hostil” por tentar desrespeitar os avisos.


“Foram implementadas medidas de intervenção, que consistiram em ordenar à aeronave interceptada que modificasse sua rota para forçar um pouso em um aeródromo designado pela Força Aérea Brasileira. Como o interceptor cumpriu todas as fases das medidas de vigilância do espaço aéreo e dada a persistente falta de cooperação da aeronave interceptada, um tiro de advertência foi disparado para garantir o cumprimento das ordens da Defesa Aeroespacial. Como o piloto manteve-se firme em sua recusa, a aeronave foi reclassificada como hostil e um tiro de parada foi disparado para impedir a continuação do voo”, afirmou a FAB em seu comunicado à imprensa.
A interceptação deste avião venezuelano carregado de drogas foi realizada nesta quarta-feira por dois caças A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB), às 7h da manhã, horário local, sobre território brasileiro na Reserva Yanomami, localizada na região amazônica. A aeronave foi forçada a pousar em uma área próxima a Surucucu, no estado brasileiro de Roraima.
“Posteriormente, um helicóptero H-60 Black Hawk da Força Aérea transportou uma equipe para realizar medidas de controle em terra, isolando a área e garantindo a segurança do local. Foi verificado que o piloto havia fugido. Em seguida, uma equipe de militares do Comando Conjunto Catrimani II deslocou-se ao local para neutralizar a aeronave, que ostentava uma matrícula adulterada”, acrescentou o comunicado.