Após a visita do líder norte-coreano à China, seus assistentes limparam minuciosamente seus traços genéticos por todos os lados.

Quanto mais secretos são os regimes políticos, mais paranoicos seus líderes se tornam. E embora os parceiros no legado comunista afirmem manter uma aliança estratégica e amigável, as precauções e medidas de segurança dos líderes são extremas, mesmo entre “amigos”.

Uma das cenas mais bizarras durante essas operações de segurança extremas ocorreu após a comemoração do 80º aniversário da queda do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. A China está celebrando o que é conhecido como o fim da agressão japonesa (1931-1945), e Xi Jinping sediou as celebrações e desfiles em Pequim. O russo Vladimir Putin e o comunista norte-coreano Kim Jong-un também estavam presentes. Eles não apenas estiveram presentes nos eventos públicos, que ocorreram sob as regras notoriamente rígidas do regime chinês, como também realizaram diversas reuniões bilaterais, onde diversas imagens dos encontros foram capturadas.

Após uma das reuniões em que Kim participou, assim que o norte-coreano abandonou a sala, foi desencadeada uma operação que alguns poderiam chamar de “segurança”, mas outros de manifestação de paranóia. Uma equipe de colaboradores do líder comunista entrou na sala onde o mandatário se encontrava para uma limpeza minuciosa de qualquer vestígio de DNA de Kim Jong-un.

Uma gravação divulgada por um jornalista russo no Telegram (que também pode levantar outra questão sobre a intenção de viralização do material) mostrou que Kim não quer deixar vestígios genéticos. Nem mesmo por ocasião de visitas oficiais a seus parceiros. No vídeo, que atualmente circula pelo mundo, um assistente pode ser visto removendo e retirando o copo d’água que o líder norte-coreano tocou, enquanto outro membro da equipe do regime comunista limpa meticulosamente todos os lugares com os quais entrou em contato. Sua cadeira, a mesa e os demais lugares onde o ditador poderia ter deixado uma pequena amostra de DNA.

Após o trabalho da equipe de Kim Jong-un no local, restaram apenas fotos e vídeos. Todo o material genético foi removido com eficiência por autoridades norte-coreanas.

Essas práticas não são novas dentro do eixo em questão. Putin, que também participou das celebrações na China, também se preocupa em deixar rastros genéticos em outros países após suas visitas. Como visto em duas gravações em 2017 e 2019, o presidente russo não entra sozinho nos banheiros dos locais onde os eventos dos quais participa são realizados. Ele é acompanhado por seis assistentes com pastas, que também saem do banheiro após Putin se aliviar.

Jornalistas investigativos internacionais alegaram que os atendentes que vão ao banheiro com o russo removem a urina e as fezes de Putin, levando os dejetos diretamente para Moscou. A intenção por trás dessa transferência de material genético pode estar relacionada, segundo analistas que acompanham de perto a política do Kremlin, ao desejo do governo russo de ocultar a saúde do presidente, que poderia ser investigada por meio de exames laboratoriais, caso uma amostra de urina ou fezes fosse obtida.