Pelo menos 19 ataques armados e explosivos contra forças da lei foram registrados na Colômbia nas últimas 24 horas. O Estado-Maior Central das FARC reclamou em um comunicado sobre o envio de “centenas de soldados americanos” que, segundo o grupo, “estão estrategicamente posicionados na Colômbia para lançar um plano de desestabilização contra a República da Venezuela”. O grupo guerrilheiro também ameaçou realizar novos ataques com drones.

Uma onda de violência, totalizando 19 atos terroristas até o momento, deixando pelo menos três mortos e nove feridos, eclodiu nas últimas horas na Colômbia. A cidade de Cali, assim como várias cidades nos departamentos de Valle del Cauca, Cauca, Nariño e Norte de Santander, são as mais afetadas por ataques armados e com artefatos explosivos atribuídos ao grupo narcoguerrilheiro FARC, que justifica suas ações como defesa do regime de Nicolás Maduro na Venezuela.

“O governo nacional optou por desencadear uma guerra contra as FARC-EP. Usando mentiras disseminadas pela mídia, constroem uma imagem negativa para justificar a guerra. Enviam centenas de soldados americanos para dirigir operações a partir de 13 bases militares americanas, incluindo as três que ordenaram a criação durante seu mandato. Estão estrategicamente posicionados na Colômbia para lançar um plano de desestabilização contra a República irmã da Venezuela. Buscam controlar a Amazônia e outras áreas com recursos naturais para sua entrega e exploração”, diz um comunicado das FARC divulgado na terça-feira após os ataques terroristas, que não negam. Pelo contrário, justificam e ameaçam intensificá-los.

Ameaça de novos ataques de drones

Com a suposta intenção de “reduzir o impacto sobre a população civil”, o Estado-Maior Central das FARC-EP faz uma série de recomendações, incluindo “evitar a proximidade com delegacias de polícia, quartéis militares ou locais onde soldados ou policiais estejam alocados”, o que constitui uma clara confissão de seus planos. Além disso, pedem à população civil que “impeça soldados e policiais de utilizar seus veículos particulares ou de transporte público durante o serviço”, bem como que “se abstenha de embarcar em veículos militares” e que se recuse a “servir como guias para patrulhas de segurança em áreas rurais”.

O grupo narcoguerrilheiro também exige que “veículos da imprensa, de organizações humanitárias ou da Unidade de Proteção Nacional” “circulem com sinalização claramente visível e em velocidade mínima, e solicitem autorização prévia das FARC-EP para entrada e circulação”. E como se não bastassem os vinte ataques realizados nas últimas horas na Colômbia, pedem aos civis que “evitem se aproximar” caso vejam um “carro equipado com explosivos” ou “pessoal” desse grupo narcoguerrilheiro “manobrando drones”, o que se traduz em um alerta sobre suas próximas ações.

Pelo menos 19 atentados a bomba em menos de 24 horas

De acordo com o relatório divulgado na manhã de terça-feira, entre 4h e 9h, houve 14 ataques na Colômbia: dois envolvendo um carro-bomba e um envolvendo uma motocicleta equipada com explosivos, este último em uma área urbana ao sul de Cali. Em todos os casos, os ataques tiveram como alvo delegacias de polícia e policiais.

A senadora Angélica Lozano informou em sua conta no X, por volta do meio-dia, que mais quatro ataques se somaram a esses, totalizando 18 em menos de 24 horas. Poucos minutos depois, a Rádio W noticiou a morte de um e dois feridos em um ataque armado na cidade de Ocaña, no departamento de Norte de Santander, na fronteira com a Venezuela.