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Execuções de estrangeiros, outra das zonas opacas da China

O Relatório Global sobre Sentenças de Morte e Execuções de 2023 da Anistia Internacional, publicado em 2024, relata que a China executou o maior número de pessoas no mundo naquele ano, “mas manteve os números em segredo”.

Pequim, 20 de março (EFE) – A execução de quatro cidadãos canadenses na China, agora divulgada, no início deste ano, destaca o extremo sigilo com que a pena de morte é aplicada no país asiático, um segredo de estado que também se estende aos casos de estrangeiros condenados à morte.

O número exato dessas sentenças executadas em cidadãos de outros países é desconhecido, assim como o número total de execuções realizadas na China anualmente, conforme relatado por várias organizações humanitárias em seus relatórios regulares.

De fato, no caso de estrangeiros, geralmente são seus países de origem — dentro do país ou por meio de sua embaixada em Pequim — que divulgam as condenações ou execuções de seus cidadãos, fatos que raramente aparecem na mídia chinesa, todos sob controle estatal.

Foi o que aconteceu neste último caso, que veio à tona por meio da ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, que anunciou a execução e a condenou na quarta-feira.

As quatro pessoas executadas foram condenadas à morte por tráfico de drogas, a causa mais comum de prisão para estrangeiros no país asiático, que mantém uma política rígida de tolerância zero em relação ao uso e venda de drogas.

A lei chinesa determina que pessoas flagradas contrabandeando, vendendo, transportando ou produzindo mais de um quilo de ópio ou mais de 50 gramas de metanfetamina ou heroína podem ser condenadas à morte ou a uma pena mínima de 15 anos de prisão.

Aqueles que são publicados

O Relatório Global sobre Sentenças de Morte e Execuções de 2023 da Anistia Internacional, publicado em 2024, relata que a China executou o maior número de pessoas no mundo naquele ano, “mas manteve os números em segredo”.

As execuções relatadas pela mídia oficial tendem a estar relacionadas a casos de grande repercussão, seja porque envolvem líderes de alto escalão ou empresários acusados ​​de corrupção, seja porque envolvem questões que antes chocavam a sociedade chinesa, muitas vezes envolvendo tráfico de mulheres e crianças, assassinato ou abuso infantil.

Na verdade, a Anistia acredita que as poucas publicações sobre pena de morte ou execuções têm como objetivo servir de exemplo “para transmitir a mensagem de que nem o crime nem a dissidência serão tolerados”.

“Embora a China ainda não tenha divulgado nenhum número sobre a pena de morte, as informações disponíveis indicam que milhares de pessoas são condenadas à morte e executadas na China a cada ano”, diz a organização, que parou de publicar seus números estimados em 2009 porque acreditava que Pequim os havia distorcido posteriormente.

Essa opacidade aumentou a partir de julho de 2021, quando o Supremo Tribunal Popular modificou seu site e reduziu o número de decisões publicadas on-line anualmente em vários milhões, de acordo com a Anistia.

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