De acordo com uma reportagem da agência AP, o agente Edwin López se reuniu clandestinamente com o piloto, o general venezuelano Bitner Villegas, em um hangar na República Dominicana. Embora o militar não tenha dado uma resposta concreta, ele deixou seu número pessoal, o que alimentou a ideia de uma possível colaboração.
Um agente federal dos EUA tentou convencer o piloto-chefe de Nicolás Maduro a desviar secretamente o avião presidencial para um local onde as autoridades americanas pudessem prendê-lo. Em troca, o piloto se tornaria um homem “muito rico”.
Segundo reportagem do jornalista da AP Joshua Goodman, o agente Edwin López se encontrou secretamente com o piloto, o general venezuelano Bitner Villegas, em um hangar na República Dominicana. Embora o militar não tenha dado uma resposta concreta, deixou seu número pessoal, o que alimentou a ideia de uma possível colaboração. Pelos 16 meses seguintes, mesmo após sua aposentadoria, López continuou a se corresponder com ele por meio de aplicativos criptografados.
Esta história revela o alcance e a improvisação com que os EUA tentam há anos derrubar Maduro, que é acusado de destruir a democracia venezuelana e colaborar com traficantes de drogas, grupos terroristas e o regime cubano.
Em agosto, López enviou uma mensagem a Villegas lembrando-o de que o governo dos EUA havia dobrado a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões.


A origem da trama
A conspiração começou em 24 de abril de 2024, quando um informante foi à Embaixada dos EUA na República Dominicana alegando ter informações sobre os aviões de Maduro. López — então adido de investigações de segurança nacional — descobriu que dois jatos presidenciais estavam em Santo Domingo passando por reparos, em aparente violação às sanções americanas.
Ao interrogar os pilotos enviados para recuperar a aeronave, López identificou Villegas como o piloto regular de Maduro, membro da guarda presidencial e coronel da Força Aérea. Após mostrar fotos de voos com Chávez e Maduro, López fez sua proposta: desviar discretamente o avião para um aeroporto controlado pelos EUA para entregar Maduro.
Tentativa frustrada e represálias
Apesar dos contatos subsequentes, o plano nunca se concretizou. López persistiu mesmo após sua aposentadoria e recebeu orientação de membros da oposição venezuelana no exílio, convencido de que tinha uma “missão inacabada”.
Em setembro, após uma última conversa tensa — na qual López mencionou os filhos do general — Villegas bloqueou o agente. O ex-oficial Marshall Billingslea publicou uma foto do piloto com López no X, sugerindo deslealdade dentro do círculo de Maduro. A publicação causou comoção, e o avião presidencial retornou inesperadamente ao aeroporto de Caracas.
Dias depois, Villegas reapareceu em um programa de televisão ao lado do poderoso líder chavista Diosdado Cabello, que ridicularizou a ideia de que as Forças Armadas venezuelanas pudessem ser compradas. O piloto permaneceu em silêncio, levantando o punho em sinal de lealdade.