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EUA se prepara para aplicar tarifas sobre aço e alumínio na quarta-feira

Os Estados Unidos importam apenas 25% do aço que consomem, embora no caso do alumínio sua dependência de produtos estrangeiros seja de quase 50% ou até maior, dependendo do tipo de produto, segundo dados do governo americano.

Washington, 11 de março (EFE).- Washington imporá na quarta-feira tarifas de 25% sobre aço e alumínio importados, uma decisão que pode aumentar o preço de tudo, de refrigerantes a carros nos Estados Unidos, ou afetar o setor de construção, além de atingir empresas metalúrgicas no Canadá e, em menor grau, as do Brasil e da União Europeia (UE).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou por fazer do aumento das taxas alfandegárias uma parte fundamental de suas políticas e, nesse caso, as tarifas que entrarão em vigor amanhã têm como objetivo proteger um setor, a indústria metalúrgica, que o nova-iorquino considera estratégico em termos econômicos e políticos.

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Com quanto os EUA ainda se importam?

Os EUA importam apenas 25% do aço que consomem, embora no caso do alumínio sua dependência de importações estrangeiras seja de quase 50% ou até mais, dependendo do tipo de produto, de acordo com dados do governo dos EUA.

O Canadá é o maior exportador de ambos os metais para o país presidido por Trump – quase um quarto do aço que os EUA importam e metade do alumínio que compram do exterior – e, de longe, o mais exposto, já que entre 50% e 80% do que produz acaba na nação vizinha.

Outros participantes, como o Brasil, o México e a União Europeia (o segundo, o terceiro e o quarto maiores exportadores de aço para os EUA), sentirão potencialmente os efeitos, mas seus setores locais não dependem na mesma medida das exportações ou do que a maior economia do mundo compra deles. No caso do Brasil, por exemplo, apenas 10% de sua produção anual de aço é vendida para os EUA.

Aumentos potenciais de preços

O aço e o alumínio são essenciais em setores como construção, automotivo e alimentício, que podem acabar repassando os custos mais altos para o consumidor norte-americano. Esses metais fabricados nos EUA são mais caros do que os provenientes do exterior.

Colunas, vigas, canos, parafusos, roscas, grades, dobradiças, maçanetas – itens usados na construção civil e feitos com esses metais – poderão ficar mais caros, assim como para-choques, condicionadores de ar, baterias, semicondutores e muitos dos componentes usados na fabricação de um carro.

O setor alimentício também é um grande consumidor de alumínio, um metal usado para embalagens devido à sua durabilidade, baixo custo e potencial de reciclagem, e que é crucial nos setores de refrigerantes, cerveja e enlatados.

Destruição e criação de empregos

A implementação de tarifas sobre o aço a partir de quarta-feira provavelmente aumentará os lucros das usinas siderúrgicas dos EUA e poderá gerar cerca de 140.000 novos empregos no setor, de acordo com um estudo recente do Council on Foreign Relations, um think tank com sede em Nova York.

No entanto, o mesmo relatório lembra que, quando Trump apostou em seu primeiro mandato (2017-2021) para aumentar temporariamente as tarifas do aço em 10%, cerca de 75.000 empregos foram destruídos em indústrias de manufatura que dependiam desse metal.

Os especialistas estão particularmente preocupados com o fato de que o setor de construção, que emprega oito milhões de americanos (em comparação com apenas 130.000 que trabalham atualmente em usinas siderúrgicas), absorverá grande parte do impacto.

Resta saber também se essas tarifas serão aplicadas a longo prazo e sem exceções – algo que não aconteceu no primeiro mandato de Trump – e os efeitos adicionais das medidas retaliatórias desencadeadas pelos países afetados.

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