Com as etiquetas “Choco 1”, “Remessa”, “Choco-listo”, “Recipiente” e “Cocoa”, a Unidade Nacional de Investigação de Portos e Aeroportos (UIPA) do Equador e a Unidade Canina Nacional (CRAC) descobriram a carga que pretendia partir com destino a Cuba.
As drogas já não chegam a Cuba apenas por via marítima. Uma operação antidrogas no Aeroporto Internacional Mariscal Sucre, em Quito, resultou na apreensão de 1,76 kg de cocaína, o equivalente a 17.600 doses, que seriam enviadas do Equador em um carregamento aéreo com destino à ilha. O pacote contendo a carga ilícita estava pronto para ser despachado para Havana. Quem o receberia? Essa é a grande questão que ficou sem resposta após a frustração do carregamento.
A Direção Nacional de Investigação Antidrogas da Polícia Nacional informou que a remessa estava disfarçada de entrega de produtos alimentícios. No entanto, após inspeções e devido a um rótulo suspeito que indicava conter chocolate em pó, as autoridades descobriram 17 pacotes de látex contendo uma substância esbranquiçada que testou positivo para cloridrato de cocaína.


Com as etiquetas “Choco 1”, “Remesa”, “Choco-listo”, “Recipiente” e “Cocoa”, a Unidade Nacional de Investigação Portuária e Aeroportuária (UIPA) do Equador e a Unidade Nacional Canina (CRAC) descobriram a carga que tinha como destino Cuba.
Etiquetas de camuflagem
Segundo as autoridades, cinco potes cilíndricos de plástico com “rótulos de uma marca conhecida de cacau em pó” foram usados para esconder o equivalente a US$ 4.000 em cocaína no Equador, mas em Cuba o valor se multiplica para US$ 52.800.
Não há informações precisas sobre quem está por trás do carregamento. A única coisa que foi revelada é que “a polícia continua a investigação para prender os autores deste crime”, mas sem oferecer detalhes sobre a identidade dos proprietários do carregamento.
RESULTADOS ANTIDROGAS
— Policía Ecuador Quito – Zona 9 (@PoliciaEcZona9) November 17, 2025
En el #DMQ, durante operativos en el aeropuerto, detectamos 5 envases de “chocolate en polvo” que contenían 17 envolturas de látex con cocaína.
Resultados:
1 kg 760 g de clorhidrato de cocaína
17.600 dosis
Destino: La Habana, Cuba#PolicíaEcuador pic.twitter.com/h7TbE0OuO4
O sigilo do regime em relação à descoberta reforça a percepção de aumento do tráfico de drogas para e a partir da ilha, especialmente após o escândalo envolvendo a presença em Havana de Zhi Dong Zhang, um narcotraficante chinês que fugia da custódia mexicana. Embora tenha sido recapturado, extraditado para os Estados Unidos e declarado inocente em um tribunal federal do Brooklyn, sua escolha da ilha como refúgio levanta questionamentos sobre as medidas de segurança da ditadura.
Importações para tráfico
O caso de Dong Zhang confirma que as redes de narcotráfico têm como alvo a ilha para expandir seus negócios ilícitos de cocaína em Cuba. Além disso, as importações servem de fachada, como evidenciado pela descoberta de cocaína escondida em chuveiros elétricos e bombas d’água no Aeroporto Internacional José Martí de Havana, em julho.
A inspeção por raios X possibilitou identificar o conteúdo dos itens importados nos compartimentos internos.
Segundo a Alfândega, os chuveiros elétricos e as bombas de água foram modificados para ocultar os pacotes ilegais sem alterar sua aparência externa, uma tática destinada a burlar as inspeções visuais convencionais. Com esses métodos, o regime já apreendeu 1.051 quilos de narcóticos no ano passado, principalmente cocaína, maconha, metanfetamina e canabinoides.
Essa tonelada chegou quase inteiramente por via marítima, com 133 desembarques de drogas resultando na apreensão de 844,13 quilogramas (kg). Desse total, 619,72 kg eram de cocaína, seguidos por maconha com 222,089 kg e haxixe com 2,322 kg. Isso resultou em 1.200 condenações.
O uso de lanchas rápidas que entravam ilegalmente em Cuba vindas do México, da República Dominicana e da Jamaica facilitou o tráfico de drogas para o país caribenho, onde o consumo agora começa aos 13 anos de idade.