Na Argentina, pela primeira vez na história, houve uma queda real do dólar e dos preços. Embora o presidente tenha explicado detalhadamente o que aconteceria, poucos acreditavam que fosse possível.
A teoria econômica — a teoria econômica séria — não deixava espaço para dúvidas. Se o déficit fiscal for corrigido, se um superávit for alcançado, se a emissão de pesos for interrompida, se o superávit monetário for absorvido, se os passivos do banco central forem liquidados, se as reservas forem obtidas e a entrada de dólares for incentivada pela suspensão dos controles cambiais, apenas uma coisa pode acontecer: as projeções do presidente argentino Javier Milei seriam superadas.
Porém, do outro lado, para a teoria econômica séria, houve a resposta do trauma histórico: “Isso nunca aconteceu”, e é verdade. Um cenário como esse nunca havia ocorrido na história recente da Argentina. Ao longo do último século, o país ficou preso em uma dicotomia desastrosa, marcada por processos populistas expansivos de gastos, dívidas, emissões e outras abordagens corretivas, que não tinham a vontade de “pegar o touro pelos chifres” e abordar, antes de tudo, o desequilíbrio fiscal que estava na raiz do resto dos problemas.
Bem, o candidato presidencial, rotulado de “louco”, propôs fazer exatamente isso. Embora tivesse apoio popular, o círculo vermelho não lhe deu apoio. Um lado seria prejudicado pela recuperação macroeconômica nacional, enquanto o outro, ciente de que uma terapia de choque tão forte era necessária, considerou a proposta libertária politicamente irrealizável.
Bem, Milei venceu, ele colocou o plano em ação e, para a surpresa de algumas pessoas, está funcionando.
Volkswagen retrotrajo la suba de 3 por ciento que había dispuesto post salida del cepo. De esta manera, ninguna automotriz subió precios.
— totocaputo (@LuisCaputoAR) April 22, 2025
Como siempre, la competencia favorece a los consumidores.
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Nunca antes na história política recente aconteceu o que está acontecendo agora. O dólar e os preços estão caindo. Entretanto, isso não ocorre como resultado de intervenções contraproducentes que visam causar perversões no mercado, intervindo e fazendo com que ele exploda ainda mais fortemente.
Conforme antecipado pelo presidente e seu ministro da Economia, Luis Caputo, a moeda americana está mais perto de atingir o piso da faixa de 1.000, não o teto de 1.400. O próprio Milei disse que a faixa flutuante foi implementada por razões psicológicas entre a população, e não por lógica econômica. Os traumas são pesados, e os argentinos, muitos deles…
Embora pareça uma questão complexa, a economia é uma ciência bastante simples de entender. A incerteza (embora sempre exista devido a fatores externos, seja um desastre natural ou um avanço tecnológico) geralmente é causada pela política. Em circunstâncias exógenas normais, se você fizer A, obterá B, e se fizer C, o resultado será D. O problema com a Argentina é que eles queriam “B” como resultado e, na política monetária, fizeram “C”. Ou seja, por exemplo, a inflação não seria reduzida com “acordos” ou “controles” de preços enquanto o período de férias nas exportações e o déficit irresponsável continuassem. Além de um ex-presidente ridículo declarando publicamente “guerra” contra ele.
As imagens virais nas mídias sociais hoje são de empresas baixando preços. Isso nunca aconteceu antes, durante um período prolongado, com fundamentos macroeconômicos sérios? Não, mas está acontecendo.
Embora a história argentina tenha suas lições históricas, elas foram resultado de políticas mal implementadas. O que acontecerá nos próximos meses? Simples, o dólar continuará caindo e os preços também. Milei diz que é porque “tudo está indo conforme o planejado”.
JAJAJAJAJAJA BOLUDO POSTA SIGUEN CANCELANDO TODOS LOS AUMENTOS!!!!
— Pedro María Lantaron (@elpittttt) April 22, 2025
COMO DOMA MENGER HERMANO POR DIOS pic.twitter.com/NCrWfTKqaO